Voltar a: 10ºAno – Física
Ficha nº6
Exercícios de exames e testes intermédios (2018 – 2021)
10ºano – Física – Subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)
1. (2018 – 2ªF) Na Figura 3, está representado o gráfico da variação da temperatura, Δθ, de uma amostra pura de 500 g de ferro, em função da energia, E, que seria necessário fornecer a essa amostra se o processo de aquecimento tivesse um rendimento de 100%.
1.1. Quando aquela amostra foi aquecida por uma fonte de potência 40 W, durante 1,6 minutos, a sua temperatura aumentou 10,0 ºC.
Qual foi o rendimento deste processo de aquecimento?
(A) 71%
(B) 42%
(C) 58%
(D) 29%
- Opção (C) ……………. 6 pontos
1.2. Um recipiente contém 1,50 kg de água, à temperatura de 20,0 ºC. Uma esfera de ferro, de massa 850 g e inicialmente à temperatura de 70,0 ºC, é introduzida na água.
Determine a temperatura de equilíbrio do sistema água + esfera, admitindo que o sistema é isolado.
Apresente todas as etapas de resolução.
Determinação cFe:
Determinação θequilibrio:
Se o sistema água + ferro estiver isolado, então a energia cedida pela esfera de ferro será totalmente utilizada no aquecimento da água. A energia cedida, sob a forma de calor, pelo ferro é transferida para a água.
Por outras palavras, a esfera de ferro tem uma variação de energia – Q e a água uma variação de energia Q, dada por:
- Etapas de resolução:
⇒ Cálculo da capacidade térmica mássica do ferro (c = 449,2 J kg-1 ºC-1)
ou
- Cálculo da capacidade térmica da esfera de ferro (C = 381,8 J ºC-1) …….. 5 pontos
⇒ Cálculo da temperatura de equilíbrio do sistema água + esfera (θ = 22,9 ºC) …….. 5 pontos
2. (2018 – 2ªF) A energia necessária à fusão de 1,0 kg de ferro, inicialmente à temperatura de fusão, é 2,47 x 102 kJ.
Que energia mínima, em joule, tem de ser absorvida por 500 g de ferro, à temperatura de fusão, para que o ferro se funda completamente?
- Opção (C) ……………. 6 pontos
3. (2018 – EE) Considere uma garrafa térmica cujas paredes são formadas por duas camadas de plástico, entre as quais existe ar.
Se, em vez de ar, existisse vácuo entre as duas camadas de plástico, a taxa temporal de transferência de energia entre essas camadas seria menor por
(A) condução, mas não por radiação.
(B) condução e por radiação.
(C) radiação, mas não por convecção.
(D) radiação e por convecção.
- Opção (A)
⇒ A transferência de energia entre as duas camadas de plástico faz-se por radiação, por condução e por convecção, quando entre elas existe ar.
⇒ Destes três processos apenas a transferência por radiação pode ser realizada na ausência de um meio material, ou seja, no vácuo.
⇒ Ao retirar ar do espaço entre as duas camadas de plástico, reduz-se a taxa temporal de transferência de energia por condução e por convecção, mas não por radiação.
- Opção (A) ……………. 6 pontos
4. (2018 – EE) Introduziu-se uma amostra de 1,20 kg de um líquido, inicialmente a 80,0 ºC, na garrafa térmica.
Na Figura 3, está representado o gráfico da temperatura, i, dessa amostra, em função do tempo, t, num determinado intervalo de tempo.
4.1. No intervalo de tempo _____ , a energia cedida pelo líquido foi _____ à energia absorvida pelo líquido.
(A) [0, t1 ] … igual
(B) [t1, t2 ] … inferior
(C) [0, t1 ] … inferior
(D) [t1, t2 ] … igual
- Opção (D)
⇒ No intervalo de tempo [0, t1] há uma diminuição da temperatura , pelo que se pode concluir que a energia cedida pelo líquido é superior à energia que absorve.
⇒ No intervalo de tempo [t1, t2]. a temperatura permanece constante, o que significa que, a energia cedida pelo líquido é igual à energia absorvida.
- Opção (D) ……………. 6 pontos
4.2. No instante t2 , introduziu-se, no líquido contido na garrafa térmica, uma esfera de metal, de massa 800 g e à temperatura de 4,0 ºC.
Verificou-se que o sistema esfera + líquido atingiu o equilíbrio térmico à temperatura de 73,0 ºC.
Admita que a transferência de energia entre o sistema esfera + líquido e o exterior foi desprezável.
Determine o quociente entre a capacidade térmica mássica do líquido e a capacidade térmica mássica do metal constituinte da esfera.
Apresente todas as etapas de resolução.
⇒ Considerar desprezável a transferência de energia entre o sistema esfera + liquido e o exterior, significa que as trocas de energia são essencialmente internas.
⇒ Neste caso, isso equivale a dizer que a energia perdida pelo líquido, que no instante t2 estava a uma temperatura superior à da esfera (78,0 ºC, de acordo com a Figura 3) é, em boa aproximação, totalmente absorvida pela esfera.
⇒ A capacidade térmica do líquido, cl está assim relacionada com a capacidade térmica do metal constituinte da esfera, ce, por
⇒ O quociente entre a capacidade térmica mássica do líquido e a capacidade térmica mássica do metal constituinte da esfera é 9,2.
- Etapas de resolução:
⇒ Apresentação da expressão 0,800 x cmetal x 69,0 + 1,200 x clíquido x (-5,0) = 0 (ou equivalente) (ver notas 1, 2 e 3) …….. 6 pontos
⇒ Determinação do quociente entre a capacidade térmica mássica do líquido e a capacidade térmica mássica do metal …….. 4 pontos
Notas:
1. A apresentação de uma expressão inicial com os sinais algébricos incoerentes entre si implica a classificação da resposta com zero pontos.
2. A consideração de uma diminuição de temperatura do líquido de (80,0 -73,0) ºC implica que esta etapa seja classificada com zero pontos. A etapa subsequente deve ser considerada para efeito de classificação.
A consideração de qualquer outra diminuição incorreta da temperatura do líquido ou de um aumento da temperatura do metal diferente de (73,0 -4,0) ºC implica a classificação da resposta com zero pontos.
3. A atribuição de um qualquer valor numérico à capacidade térmica mássica do líquido implica a classificação da resposta com zero pontos.
5. (2019 – 1ªF) Num ensaio laboratorial, adicionou-se uma amostra de água, a uma temperatura T, a uma outra amostra de água, de massa 350,0 g e inicialmente a 5,2 ºC.
Verificou-se que, após um determinado intervalo de tempo, o sistema resultante daquela adição ficou à temperatura de 27,9 ºC.
Calculou-se a energia total cedida pela amostra de água inicialmente à temperatura T, tendo-se obtido 3,85 x 104 J.
Conclua em que sentido terá ocorrido a transferência de energia entre o sistema resultante daquela adição e o exterior, até ser atingida a temperatura de 27,9 ºC.
Mostre como chegou à conclusão solicitada.
⇒ Neste ensaio laboratorial verifica-se que uma dada amostra de água a uma temperatura inicial de 5,2 ºC vai aumentar a sua temperatura até 27,9 ºC, ou seja, vai receber energia na forma de calor.
⇒ É possível conhecer a energia recebida através da expressão: Erecebida = mcΔT, em que m é a massa da amostra de água, c a sua capacidade térmica mássica e ΔT a elevação da temperatura.
- Erecebida = 0,3500 x 4,18 x 103 x (27,9 – 5,2) = 3,32 x 104 J
⇒ Como a energia cedida pela amostra de água à temperatura T (3,85 x 104 J) foi superior à recebida, pode-se concluir que o sistema transfere energia para o exterior.
ou
⇒ Admitindo que o sistema está isolado, a energia cedida pela amostra inicialmente à temperatura T, Ecedida = 3,85 x 104 J, é igual à energia recebida pela segunda amostra, inicialmente à temperatura de 5,2 ºC.
⇒ Nesta situação a temperatura final de equilíbrio do sistema, Tf, será dada por:
- 3,85 x 104 = 0,3500 x 4,18 x 103 x (Tf – 5,2)
⇒ Obtém-se Tf = 31,5 ºC, que é superior ao valor real de 27,9 ºC, o que significa que houve transferência de energia para o exterior.
- A resposta deve incluir os seguintes passos:
A) Cálculo da energia recebida pela amostra de água inicialmente a 5,2 ºC (E = 3,32 x 104 J).
B) Comparação da energia cedida pela amostra de água inicialmente à temperatura T com a energia recebida pela amostra de água inicialmente a 5,2 ºC (a energia cedida é superior à energia recebida).
C) Conclusão (terá ocorrido transferência de energia do sistema para o exterior).
ou
A) Cálculo da temperatura a que ficaria o sistema resultante se fosse isolado (t = 31,5 ºC).
B) Comparação da temperatura do sistema com a temperatura prevista se o sistema fosse isolado (a temperatura do sistema é inferior à temperatura prevista).
C) Conclusão (terá ocorrido transferência de energia do sistema para o exterior).
6. (2019 – 1ªF) Para determinar experimentalmente a variação de entalpia (mássica) de fusão do gelo, adicionou-se gelo fundente a água previamente aquecida.
6.1. Para minimizar o erro nesta determinação, o gelo adicionado deve estar dividido em
(A) pequenos fragmentos e vir diretamente do congelador.
(B) pequenos fragmentos e ter sido colocado previamente em água a 0 ºC.
(C) grandes fragmentos e vir diretamente do congelador.
(D) grandes fragmentos e ter sido colocado previamente em água a 0 ºC.
- Opção (B)
⇒ O gelo que vem diretamente do congelador está a uma temperatura inferior a 0 ºC.
⇒ Para determinar a entalpia de fusão são necessários pedaços de gelo à temperatura de fusão de 0 ºC, o que se consegue colocando-o previamente em água a essa temperatura.
⇒ Os pedaços devem ser pequenos para evitar uma diferença de temperatura entre a superfície e o interior do gelo.
- Opção (B) ……………. 7 pontos
6.2. Na experiência realizada, mediu-se a massa do gelo fundente, a massa e a temperatura inicial da água, e a temperatura à qual o sistema resultante daquela adição atingiu o equilíbrio térmico.
O que é necessário ainda conhecer para calcular a variação de entalpia (mássica) de fusão do gelo, considerando que o sistema é isolado?
(A) Apenas a capacidade térmica mássica da água líquida.
(B) A capacidade térmica mássica da água líquida e a capacidade térmica mássica do gelo.
(C) A energia necessária à fusão de 1 kg de gelo e a capacidade térmica mássica da água líquida.
(D) Apenas a energia necessária à fusão de 1 kg de gelo.
- Opção (A)
⇒ A energia cedida pela amostra de água de massa mágua, à temperatura inicial Ti, será usada para a fusão do gelo de massa mgelo e para o aquecimento da água líquida resultante.
Como o sistema é isolado, a variação da energia interna do sistema será nula:
- Ecedida + Efusão + Eaquecimento = 0
ou seja, 𝑚água × 𝑐 ×(𝑇f−𝑇i)+ 𝑚gelo × Δℎfusão+ 𝑚gelo × 𝑐 ×(𝑇f − 0) = 0
- onde Tf é a temperatura de equilíbrio final.
⇒ Uma vez que se mediu mágua, mgelo, Tf e Ti apenas é necessário conhecer a capacidade térmica mássica da água líquida para obter Δhfusão.
- Opção (A) ……………. 7 pontos
7. (2019 – 2ªF) Numa aula laboratorial, os alunos colocaram num calorímetro 90 g de água, na qual mergulharam um fio condutor eletricamente isolado, de resistência elétrica R.
Para aquecer a água, fizeram passar nesse fio, durante 180 s, uma corrente elétrica I, tendo determinado o aumento da temperatura, ΔT, da água, nesse intervalo de tempo. Repetiram a experiência para diferentes valores de corrente elétrica.
7.1. Um aluno traçou, a partir dos resultados experimentais obtidos, um gráfico cujo esboço se encontra representado na Figura 2.
Nesse esboço, X pode representar
(A) R
(B) R2
(C) I
(D) I2
- Opção (D)
⇒ Numa resistência elétrica, 𝑅, percorrida por uma corrente elétrica, 𝐼, é dissipada uma potência, 𝑃, por efeito Joule:
𝑃 =𝑅𝐼2
⇒ Num intervalo de tempo Δt é dissipada pela resistência elétrica a energia 𝐸 (𝐸 = 𝑃Δt = 𝑅 𝐼2 Δt).
⇒ Esta energia será recebida pela massa, 𝑚, de água, de capacidade térmica mássica 𝑐, originando o seu aquecimento, com o consequente aumento de temperatura, Δ𝑇.
Relacionando aquelas grandezas obtém-se 𝑚 𝑐 Δ𝑇 = 𝑅 𝐼2 Δt , ou, explicitando em ordem à variação de temperatura:
Na experiência, fixaram-se a massa de água, a resistência elétrica e o intervalo de tempo, assumindo-se que a capacidade térmica mássica da água é constante.
⇒ Assim, as grandezas variáveis são a corrente elétrica e a variação de temperatura, tal como referido no enunciado “determinando o aumento de temperatura” e “diferentes valores de corrente elétrica”.
- Como o gráfico obtido apresenta uma relação linear, o aluno colocou o quadrado da corrente elétrica no eixo das abcissas.
𝑋 = 𝐼2 ⟹ Δ𝑇 = 𝑘 𝑋
- Opção (D) ……………. 7 pontos
7.2. Um outro aluno traçou, a partir dos resultados experimentais obtidos, o gráfico do aumento da temperatura, ΔT, da água em função da potência dissipada, P, no fio condutor.
Determine o declive da reta do gráfico, considerando que toda a potência dissipada no fio é utilizada no aquecimento da água.
Mostre como chegou ao valor solicitado.
⇒ Nesta situação pretende-se relacionar o aumento da temperatura da água, ΔT, com a potência dissipada no fio condutor, P.
⇒ Sendo a energia transferida para a água para o seu aquecimento, E = m c ΔT, igual à energia que é dissipada no fio condutor, E = P x Δt, tem-se:
-
-
- m x c x ΔT = P x Δt
-
Escrevendo a variação de temperatura em função das outras grandezas, obtém-se:
⇒ Esta equação apresenta uma relação linear entre P e ΔT sendo
- A resposta deve incluir os seguintes passos:
A) Apresentação de uma expressão que relacione quantitativamente a potência dissipada no fio condutor com o aumento da temperatura da água ( P x 180 = 90 x 10-3 x 4,18 x 103 x ΔT ou equivalente).
B) Cálculo do declive da reta do gráfico do aumento da temperatura da água em função da potência dissipada no fio ( 0,48 ºC W-1).
8. (2019 – 2ªF) Para uma irradiância de 1000 W m-2 e a 25 ºC, um painel fotovoltaico, de área 1,63 m2, fornece uma potência elétrica máxima quando a diferença de potencial nos seus terminais é 28,5 V e a corrente elétrica é 7,6 A.
Determine o rendimento máximo do painel, nas condições consideradas.
Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.
⇒ Uma irradiância, Er, de 1000 W m-2, num painel fotovoltaico de 1,63 m2 de área, A, equivale a uma potência incidente
- Pinc = Er x A = 1000 x 1,63 W = 1,63 x 103 W.
⇒ A potência elétrica fornecida pelo painel, Pel, quando nos seus terminais há uma diferença de potencial, U, e no circuito exterior é originada a corrente elétrica, I, é:
- Pel = U x I = 217 W.
Deste modo o rendimento do painel é:
- Etapas de resolução:
⇒ Cálculo da potência elétrica máxima fornecida pelo painel (Pelétrica = 217 W) ……… 4 pontos
⇒ Cálculo da potência da radiação incidente no painel (P = 1630 W) …….. 4 pontos
⇒ Cálculo do rendimento máximo do painel (h = 0,13 ou 13%) …….. 2 pontos
9. (2019 – EE) A Figura 4 apresenta as curvas características, a 25 ºC, de um painel fotovoltaico, para três irradiâncias diferentes.
Estas curvas representam a corrente elétrica, I, fornecida pelo painel, em função da diferença de potencial elétrico, U, nos seus terminais.
9.1. Qual é o esboço do gráfico que pode representar, para uma mesma irradiância, a potência elétrica, P, fornecida pelo painel, em função da diferença de potencial elétrico, U, nos seus terminais?
- Opção (C)
- A potência elétrica é P = UI
⇒ Para valores de corrente elétrica, I, ou de diferença de potencial, U, iguais a zero, a potência elétrica é nula.
⇒ Da análise do gráfico da figura 4, para uma dada irradiância (por exemplo, 600 W m–2), verifica-se que, para o intervalo de valores de diferença de potencial de 0 V a cerca de 30 V, a corrente elétrica diminui muito pouco, é praticamente constante, pelo que a potência elétrica aumenta de forma quase linear com o aumento da diferença de potencial; em seguida, verifica-se uma diminuição brusca da corrente elétrica para uma diferença de valores de diferença de potencial pequena, de 30 V até 35 V, aproximadamente, pelo que a potência elétrica diminui bruscamente desde o valor máximo até zero.
⇒ Em resultado desta análise, conclui-se que o esboço do gráfico que, para a mesma irradiância, pode representar a potência elétrica fornecida pelo painel, em função da diferença de potencial nos seus terminais.
- Opção (C) ……………. 7 pontos
9.2. A corrente elétrica fornecida por um painel fotovoltaico para uma resistência exterior nula designa-se por corrente de curto-circuito.
Conclua, com base no gráfico da Figura 4, se a corrente de curto-circuito é (ou não) diretamente proporcional à irradiância.
Mostre como chegou à conclusão solicitada.
⇒ Para concluir se a corrente de curto-circuito é ou não diretamente proporcional à irradiância tem de se determinar os quocientes entre as irradiâncias e as correspondentes correntes de curto-circuito, Er/I.
⇒ Dentro das incertezas de medição podem considerar-se iguais os pacientes determinados.
⇒ Desta forma concluiu-se que as correntes de curto-circuito são diretamente proporcionais às irradiâncias (a potência da radiação incidente numa unidade de área do painel).
- A resposta deve incluir os seguintes passos:
(A) Determinação dos quocientes entre as correntes de curto circuito e as correspondentes irradiâncias
- ou dos inversos desses quocientes
ou
Determinação dos quocientes entre as correntes de curto-circuito e dos quocientes entre as correspondentes irradiâncias
- ou dos inversos desse quocientes.
(B) Referência ao facto de aqueles quocientes serem aproximadamente constantes.
(C) Conclusão (a corrente de curto-circuito é diretamente proporcional à irradiância)
10.(2019 – EE) Uma amostra de água de massa m, inicialmente a 26 ºC e contida num recipiente, foi introduzida num congelador.
Ao fim de um determinado intervalo de tempo, a temperatura da água estabilizou a – 20 ºC.
Na tabela seguinte, estão registados os valores de algumas propriedades físicas da água.
10.1. Compare, quantitativamente, a energia envolvida na mudança de estado físico da amostra de água com a energia total envolvida nas variações de temperatura da amostra.
Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.
- Etapas de resolução:
⇒ Determinação da expressão que traduz a energia total envolvida nas variações de temperatura da amostra, em função da massa (E = 1,51 x 105 m) …….. 5 pontos
⇒ Apresentação da expressão que traduz a energia envolvida na mudança de estado físico da amostra, em função da massa (E = 3,34 x 105 m) …….. 2 pontos
⇒ Comparação solicitada (a energia envolvida na mudança de estado físico da amostra de água é 2,2 vezes superior à energia total envolvida nas variações de temperatura da amostra) …….. 3 pontos
10.2. Até atingir a temperatura de – 20 ºC, a água ______ vizinhança, através das paredes do recipiente, essencialmente por ______ .
(A) cede energia à … condução
(B) recebe energia da … condução
(C) cede energia à … convecção
(D) recebe energia da … convecção
- Opção (A)
⇒ A diminuição de temperatura da água ocorre quando ela cede energia à vizinhança.
⇒ No recipiente, um sólido, predomina a transferência de energia por condução.
- Opção (A) ……………. 7 pontos
11. (2020 – 1ªF) Na Figura 3, apresentam-se os gráficos do módulo da velocidade, v, de duas gotas de água, A e B, de diferentes diâmetros, em queda vertical, em função da distância, d, percorrida pelas gotas.
Considere que as gotas de água podem ser representadas pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).
A massa da gota B é 4,2 x 10-3 g.
Considere que, em determinadas condições, a variação de entalpia (mássica) de vaporização da água é 2,4 kJ g-1 .
A energia necessária para a vaporização da gota B, nessas condições, é
(A) 0,57 J
(B) 10 J
(C) 0,57 kJ
(D) 10 kJ
- Opção (B)
⇒ A energia necessária para a vaporização da gota, Evap, depende da massa m da gota e da variação mássica de vaporização, Δhvap:
- Evap =m Δhvap = 4,2 x 10-3 x 2,4 x 103 = 10 J
- Opção (B) ……………. 10 pontos
12. (2020 – 1ªF) Considere que foi fornecida, à pressão de 1 atm, a mesma energia a uma gota de água e a uma amostra de ar com o dobro da massa dessa gota.
A essa pressão, a capacidade térmica mássica da água líquida é cerca de quatro vezes superior à capacidade térmica mássica do ar.
A variação de temperatura da gota, comparada com a variação de temperatura da amostra de ar, será, aproximadamente,
(A) oito vezes maior.
(B) oito vezes menor.
(C) duas vezes maior.
(D) duas vezes menor.
A pontuação obtida na resposta contribui obrigatoriamente para a classificação final da prova.
- Opção (D)
⇒ A variação de temperatura, ΔT, de um sistema de massa m e capacidade térmica mássica c relaciona-se com a energia, E, recebida pelo sistema através da expressão E = mcΔT.
⇒ Como a energia fornecida à gota de água e à amostra de ar foram iguais, teremos:
- mágua cágua ΔTágua = mar car ΔTar
⇒ Relacionando as massas e as capacidades térmicas da água e do ar:
- mágua cágua ΔTágua = 2 x mágua x (1/4) x cágua ΔTágua ⇔ ΔTágua = ½ ΔTar
- Opção (D) ……………. 10 pontos
13. (2020 – 2ªF) A água, presente nos estados sólido, líquido e gasoso na atmosfera terrestre, é uma substância peculiar, pois as propriedades que a caracterizam, como a variação de entalpia de vaporização e a capacidade térmica mássica, apresentam valores muito diferentes dos que seriam expectáveis.
13.1. Para vaporizar uma amostra de água que se encontre à temperatura de ebulição, à pressão atmosférica normal, é necessário 7,2 vezes mais energia do que para aquecer essa amostra de 25 ºC até 100 ºC.
A energia envolvida na vaporização de 1,0 g de água que se encontra à temperatura de ebulição será, aproximadamente,
(A) 3,0 x 103 J
(B) 2,3 x 103 J
(C) 3,0 x 106 J
(D) 2,3 x 106 J
- Opção (B)
⇒ A energia, Ea, envolvida na variação de temperatura ΔT de uma amostra de massa, m, é Ea = m c ΔT em que c é a capacidade térmica mássica do material da amostra.
⇒ Para a água, a energia, Evap, envolvida no processo de ebulição de uma dada amostra é 7,2 vezes maior:
- Ee = 7,2 Ea = 7,2 x 1,0 x 10-3 kg x 4,18 x 103 J kg-1 ºC-1 x (100 – 25) ºC = 2,3 x 103 J
- Opção (B) ……………. 10 pontos
13.2. Uma esfera metálica é aquecida e, a seguir, mergulhada em água fria contida num calorímetro.
Admita que o sistema esfera + água se comporta como um sistema isolado.
Considere que a massa da esfera é igual à massa da água contida no calorímetro e que a capacidade térmica mássica do metal constituinte da esfera é menor do que a capacidade térmica mássica da água.
Num mesmo intervalo de tempo, a energia cedida pela esfera será energia absorvida pela água, sendo a diminuição da temperatura da esfera do que o aumento da temperatura da água.
(A) menor do que a … maior
(B) menor do que a … menor
(C) igual à … maior
(D) igual à … menor
A pontuação obtida na resposta contribui obrigatoriamente para a classificação final da prova.
- Opção (C)
⇒ mesfera = mágua = m
- cesfera < cágua
⇒ O sistema é isolado, logo, para o mesmo intervalo de tempo, a energia cedida pela esfera é igual à energia recebida pela água.
- Eesfera + Eágua = 0 ⇔ mcesfera ΔTesfera = – mcágua ΔTágua ⇔ cesfera |ΔTesfera| = cágua |ΔTágua|
⇒ Como cesfera < cágua , então a diminuição de temperatura da esfera é maior do que o aumento da temperatura da água. esfera água.
- Opção (C) ……………. 10 pontos
14. (2020 – 2ªF) A Figura 1 representa um tubo cilíndrico de altura 1,10 m, fechado em ambas as extremidades. O tubo contém pequenas esferas metálicas.
Ao inverter-se rapidamente o tubo, as esferas caem, praticamente na vertical, colidindo com a base inferior do tubo. Repetindo diversas vezes este procedimento, verifica-se um aumento da temperatura das esferas.
14.1. Identifique o principal processo de transferência de energia responsável pelo aumento da temperatura das esferas.
⇒ O principal processo de transferência de energia para as esferas é o trabalho realizado pelas forças de fricção que o tubo exerce nas esferas e pelas forças que as outras esferas exercem em cada esfera.
ou
- O principal processo de transferência de energia responsável pelo aumento de temperatura das esferas é o trabalho.
⇒ Durante a colisão das esferas com a base inferior do tubo, a energia cinética que elas adquiriram durante a queda vai ser anulada pelo trabalho de forças resistentes no interior das esferas, que provocam maior agitação das partículas constituintes, manifestando-se macroscopicamente por um aumento de temperatura.
- Identifica o principal processo de transferência de energia (trabalho) ……………. 10 pontos
14.2. A experiência foi realizada com esferas de chumbo de massa total m, tendo sido repetida com esferas de ferro, com a mesma massa total.
Em cada experiência, o tubo foi invertido 50 vezes.
A capacidade térmica mássica do chumbo é 129 J kg-1 ºC-1, sendo a capacidade térmica mássica do ferro superior.
Considere que a transferência de energia entre as esferas e a sua vizinhança é desprezável.
14.2.1 Determine o aumento da temperatura das esferas de chumbo na experiência realizada.
Explicite o seu raciocínio, indicando todos os cálculos efetuados.
A pontuação obtida na resposta contribui obrigatoriamente para a classificação final da prova.
⇒ Se nesta experiência se considerar que a transferência de energia das esferas de chumbo para a vizinhança é desprezável, então toda a energia mecânica inicial das esferas foi utilizada para aumentar a sua temperatura.
Numa queda das esferas, a diminuição da sua energia mecânica é igual à energia potencial no início do movimento, ou seja em cada queda a diminuição de energia mecânica será:
- Ep,i = mgh = mpb x 10 x 1,10 = 11,0 mpb
⇒ Após 50 quedas, a energia, E, transferida para as esferas terá sido E = 50 Ep,i, o que provoca um aumento de temperatura dado por:
ou
⇒ Definindo a base inferior do tubo como a posição a que corresponde uma energia potencial gravítica nula, e como Ep = mgh, na queda das esferas, a energia potencial gravítica de cada esfera diminui.
A variação de energia potencial, em função de m, é:
- ΔEp = mg x (0 – h) = – m x 10 x 1,10 = -11,0 m J
⇒ Como o tubo foi invertido 50 vezes, a variação de energia potencial gravítica do sistema esferas + Terra em função de m é:
- ΔEp = 50 x (-11,0 m) = – 550 m J
Como, Wp = – ΔEp = 550 m J
⇒ Considerando desprezável a transferência de energia entre as esferas e a sua vizinhança, o trabalho realizado pelo peso das esferas, nos percursos realizados, é integralmente transferido para as esferas, como calor, provocando um aumento da sua energia interna.
- E = mc ΔT ⇔ 550 m = m x 129 x ΔT ⇔ ΔT = 4,26 ºC
O aumento de temperatura das esferas de chumbo na experiência realizada é 4,3 J.
- Determina o valor solicitado, percorrendo as etapas seguintes:
⇒ Determina a diminuição da energia potencial gravítica do sistema esferas + Terra nas 50 quedas, em função da massa (550 m) …………. 4 pontos
⇒ Calcula o aumento da temperatura das esferas (ΔT = 4,3 ºC) …………. 6 pontos
14.2.2 Conclua se, nas experiências realizadas, o aumento da temperatura das esferas de ferro terá sido maior, igual ou menor do que o aumento da temperatura das esferas de chumbo.
Mostre como chegou à conclusão solicitada.
⇒ A quantidade de energia transferida por calor, E, para as esferas é igualmente 550m J. A massa total das esferas de chumbo é igual à massa total das esferas de ferro e c(Fe) > c(Pb).
⇒ Como E = mc ΔT, para uma mesma variação de energia interna e a mesma massa, uma maior capacidade térmica mássica implica uma menor variação de temperatura.
Assim, pode concluir-se que o aumento de temperatura das esferas de ferro terá sido menor do que o aumento de temperatura das esferas de chumbo.
ou
⇒ Quando esferas caem, a energia mecânica dissipada em cada impacto é igual à energia potencial gravítica inicial do sistema esferas + Terra, que depende da massa das esferas e da altura de queda, que são as mesmas para as esferas de chumbo e de ferro.
⇒ O aumento de temperatura das esferas é igual ao quociente da energia dissipada pelo produto entre a massa das esferas e a capacidade térmica mássica do material que as constitui.
Como a energia absorvida e a massa são iguais nas duas situações e como o ferro tem uma capacidade térmica mássica superior à do chumbo, isso implica que o aumento da temperatura das esferas de ferro terá sido menor do que o aumento de temperatura das esferas de chumbo.
15. (2020 – 2ªF) Em meados do século XIX, James Joule estabeleceu a equivalência entre trabalho e calor, comparando a energia transferida como trabalho, necessária para obter um determinado aumento de temperatura numa amostra de água, com a energia transferida como calor para obter o mesmo efeito.
Joule utilizou um dispositivo semelhante ao esquematizado na Figura 1, no qual dois discos de chumbo (D1 e D2) eram elevados a uma determinada altura.
Quando os discos caíam, faziam rodar um sistema de pás mergulhado na água contida num recipiente.
O movimento rotativo das pás provocava a agitação da água, o que conduzia a um aumento da sua temperatura.
A massa total dos discos era 26,3 kg e a massa da água contida no recipiente era 6,04 kg.
A partir dos resultados obtidos numa série de experiências, Joule verificou que, após 20 quedas sucessivas de uma mesma altura de 1,60 m, o aumento de temperatura da água era, em média, 0,313 ºC.
Admita que, naquela série de experiências, o aumento da energia interna da água foi, em média, 95,2% da diminuição da energia potencial gravítica do sistema discos + Terra que resultou das 20 quedas sucessivas dos discos.
Considere que, no local onde foram realizadas as experiências, o módulo da aceleração gravítica era 9,81 m s-2.
Determine, a partir dos resultados de Joule, a capacidade térmica mássica da água.
Apresente todos os cálculos efetuados.
A pontuação obtida na resposta contribui obrigatoriamente para a classificação final da prova.
⇒ Cálculo da variação de energia potencial gravítica do sistema discos + Terra nas 20 quedas dos discos:
- Δ𝐸pg = 𝑚 𝑔 (ℎ − ℎ0) × 20, em que se considera ℎ = 0 m e ℎ0 = 1,60 m
- Δ𝐸pg = 26,3 kg × 9,81 m s−2 × (−1,60 m) × 20 ⇔ Δ𝐸pg = −8256 J
⇒ Cálculo da variação de energia interna da amostra de água contida no recipiente:
- Δ𝐸int = 0,952 × |Δ𝐸pg| ⟶ Δ𝐸int = 0,952 × 8256 J ⇔ Δ𝐸int = 7860 J
⇒ Cálculo da capacidade térmica mássica da água:
Considerando que só há variação de temperatura, Δ𝑡 = 0,313 ℃, da amostra de água, a variação de energia interna é dada por:
- Δ𝐸int = 𝑚 × 𝑐 × Δ𝑡
em que 𝑚 é a massa da amostra de água e 𝑐 a capacidade térmica mássica da água.
Substituindo, vem:
- 7860 J = 6,04 kg × 𝑐 × 0,313 ℃ ⇔ 𝑐 = 4,16 × 103 J kg−1 ℃−1
- Determina o valor solicitado, percorrendo as etapas seguintes:
⇒ Calcula a diminuição da energia potencial gravítica do sistema discos + Terra numa queda dos discos (4,128 x 102 J)
ou
- Calcula a diminuição da energia potencial gravítica do sistema discos + Terra para 20 quedas dos discos (8,256 x 103 J) ………… 2 pontos
⇒ Calcula o aumento da energia interna da água (7,860 x 103 J) ……….. 4 pontos
⇒ Calcula a capacidade térmica mássica da água (4,16 x 103 J kg-1 ºC-1 ) ……. 4 pontos