Ficha nº5 : Exames e TI (2014 – 2017)

 


Ficha nº5

Exercícios de exames e testes intermédios (2014 – 2017)

10ºanoQuímica  – Domínio 2 – Subdomínio 2 (Gases e dispersões)

 

1. (2014 – 1ªFA reação de síntese do amoníaco pode ser traduzida por

N2 (g) + 3 H2 (g) ⇋ 2 NH3 (g)     ΔH = -92 kJ mol-1

Considere que se introduziu, num reator com a capacidade de 1,00L, uma mistura de nitrogénio, hidrogénio e amoníaco, em fase gasosa, em diferentes  concentrações.

O gráfico da Figura 4 representa a evolução, ao longo do tempo, t, das concentrações, c, dessas substâncias, à temperatura T.

A fração molar de NH3, na mistura gasosa inicialmente introduzida no reator, é

(A) 7,1 × 10-2

(B) 6,7 × 10-2

(C) 3,6 × 10-1

(D) 2,1 × 10-1

Resolução

  • Opção (B)

Determinar a quantidade de cada constituinte do sistema na mistura gasosa inicialmente introduzida no reator

n(NH3) = [NH3] x V = 0,050 x 1,0 = 0,050 mol

n(N2) = [N2] x V = 0,500 x 1,0 = 0,500 mol

n(H2) = [H2] x V = 0,200 x 1,0 = 0,200 mol

Calcular a fração molar de NH3 na mistura gasosa inicial

 

Critérios

  • Opção (B) …………. 5 pontos

2. (2014 – 2ªFAs soluções aquosas de ácido acético a partir das quais se obtém uma curva de calibração são preparadas a partir de uma solução inicial de concentração 4,50 mol dm-3.

Qual é o fator de diluição a considerar na preparação da solução de ácido acético de concentração 0,50 mol dm-3?

(A) 9

(B) 5

(C) 4

(D) 2

Resolução

  • Opção (A)
  • Fator de diluição = csolução concentrada/csolução diluída Fator de diluição = 4,50/0,50 Fator de diluição = 9

Critérios

  • Opção (A) …………. 5 pontos

3. (2014 – 2ªFA densidade de uma solução de ácido acético de concentração 0,50 mol dm-3 é 1,0025 × 103 g dm-3, a 20 ºC.

Qual das expressões seguintes permite calcular a quantidade de ácido acético que existe em 100 g da solução?

Resolução

  • Opção (A)

Para determinar o volume de solução:

⇒ Para determinar a quantidade de ácido acético:

⇒ Calcular a quantidade, nácido, que existe em 100 g de solução:

 

Critérios

  • Opção (A) …………. 5 pontos

4. (2014 – 2ªFQuantos átomos de hidrogénio existem em 5,0 moles de moléculas de ácido acético, CH3COOH?

(A) 2,4 ×1025

(B) 3,0 ×1024

(C) 2,4 ×1024

(D) 1,2 ×1025

Resolução

  • Opção (D)

  Analisando a fórmula química do ácido acético, verifica-se que cada molécula é constituída por 8 átomos (4 átomos de hidrogénio, 2 átomos de carbono e 2 átomos de oxigénio), permitindo concluir que o número de átomos de hidrogénio é 4 vezes superior ao número de moléculas.

Calcular o número de moléculas, N, de ácido acético existente em 5 moles, n, de moléculas de CH3COOH

  • N(CH3COOH) = n(CH3COOH) ×  NA N(CH3COOH) = 5 × 6,02×1023N(CH3COOH) = 3,01×1024 moléculas

Calcular o número de átomos de hidrogénio, N, existente em 3,01×1024 moléculas de CH3COOH

  • N(H) = 4 × N(CH3COOH) ⇔ N(H) = 3,01×1024 × 4 ⇔ N(H) = 1,2×1025 átomos.

Critérios

  • Opção (D) …………. 5 pontos

5. (2014 – EENuma terceira fase, o hidróxido de magnésio sólido, entretanto separado, reage com ácido clorídrico, formando cloreto de magnésio, MgCl2.

A reação que ocorre é traduzida por

Mg(OH)2(s) + 2 HCl(aq) → MgCl2(aq) + 2 H2O(l)

Considere que se utiliza uma solução de ácido clorídrico, de densidade 1,15 gcm-3, que contém 30%, em massa, de HCl.

Qual das expressões seguintes permite calcular a massa de HCl que existe em 500cm3 da solução?

Resolução

  • Opção (A)

Calcular a massa existente em 500 cm3 de solução de HCl:

⇒ Calcular a massa de HCl (soluto) existente em 500 cm3 de solução:

Critérios

  • Opção (A) …………. 5 pontos

6. (2014 – EENuma atividade laboratorial, um grupo de alunos preparou, com rigor, 100,00 cm3 de uma solução aquosa de sulfato de cobre (II), CuSO4, de concentração 0,400 mol dm-3, por dissolução de sulfato de cobre (II) penta-hidratado, CuSO4 • 5H2O, sólido.

6.1. Calcule a massa de sulfato de cobre penta-hidratado que foi necessário medir, para preparar essa solução.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

  • V (CuSO4 (aq)) = 100,00 cm3
  • c (CuSO4 (aq)) = 0,400 mol dm-3
  • m (CuSO4.5 H2O (s)) = ?
  • M (CuSO4.5 H2O (s)) = 249,52 g mol-1

Cálculo da quantidade 1 mol de sulfato de cobre II existente em 100,00 cm3 de solução:

  •  c = n/V ⇔ n = c x V = 0,100 dm3 x 0,400 mol dm-3 = 4,00 x 10-2 mol

A quantidade (mol) de sulfato de cobre (II) existente em 100,00 cm3 de solução é igual à quantidade (mol) de sulfato de cobre (II) penta-hidratado necessário para preparar a solução.

Cálculo da massa de sulfato de cobre (II) penta-hidratado, CuSO4.5 H2O (s), necessária:

  •  n = m/M ⇔ m = n x M = 4,00 x 10-2 mol x 249,52 g mol-1 = 9,99 g

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da quantidade de sulfato de cobre penta-hidratado necessária (n = 4,000 × 10-2 mol) …….. 5 pontos

B) Cálculo da massa de sulfato de cobre penta-hidratado necessária (m = 9,99 g) …….. 5 pontos

Nota A apresentação de valores calculados com arredondamentos incorretos, ou com um número incorreto de algarismos significativos, não implica, por si só, qualquer desvalorização.

6.2. De modo a pesar o sulfato de cobre penta-hidratado necessário para preparar a solução, os alunos colocaram um gobelet sobre o prato de uma balança.

Identifique a peça de material de laboratório que deve ser utilizada para transferir o sulfato de cobre penta-hidratado sólido para o goble.

Resolução

  • Espátula ou colher.

Critérios

  • Espátula …………………. 5 pontos

6.3. Ao prepararem a solução, os alunos deixaram o menisco do líquido ultrapassar o traço de referência do balão volumétrico.

Qual é a atitude correta a tomar numa situação como essa?

(A) Ignorar o facto, uma vez que o colo do balão é estreito.

(B) Adicionar um pouco mais de soluto à solução preparada.

(C) Acertar o menisco pelo traço de referência, retirando líquido.

(D) Preparar uma nova solução, a partir do soluto sólido.

Resolução

  • Opção (D)

Independentemente da largura do colo do balão, iria conduzir a erro na concentração desejada, pois o volume era superior e era desconhecido.

Adicionar soluto conduziria a uma alteração da concentração da solução.

Retirar soluçãoacertaria o volume, mas perder-se-ia soluto existente na parte retirada.

Não há hipótese de remediar o mal; deve preparar-se nova solução.

Critérios

  • Opção (D) …………. 5 pontos

6.4. Os alunos prepararam, com rigor, a partir da solução de sulfato de cobre (II) inicialmente preparada, uma solução 2,5 vezes mais diluída.

Os alunos dispunham apenas do seguinte material:

• Balão volumétrico de 50 mL (± 0,06 mL)

• Pompete

• Pipeta graduada de 10 mL (± 0,05 mL)

• Pipeta volumétrica de 10 mL (± 0,02 mL)

• Pipeta graduada de 20 mL (± 0,10 mL)

• Pipeta volumétrica de 20 mL (± 0,03 mL)

• Pipeta graduada de 25 mL (± 0,10 mL)

• Pipeta volumétrica de 25 mL (± 0,03 mL)

Determine o volume da solução mais concentrada que os alunos tiveram de medir, de modo a prepararem a solução pretendida.

Selecione, de entre as pipetas referidas, a que permite a medição mais rigorosa do volume da solução mais concentrada.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

  • Fator de diluição: f = 2,5
  • cinicial (CuSO4 (aq)) = 0,400 mol dm-3

Para obter uma solução 2,5 vezes mais diluída, ou seja, com fator de diluição igual a 2,5, o volume (V mL) de solução deve ser diluído a 2,5 V mL.

Normalmente, pipeta-se um dado volume de solução concentrada para um balão volumétrico, acrescentando água até ao traço de referência.

Das pipetas disponíveis deveríamos utilizar uma pipeta volumétrica (maior precisão).

Como dispomos de um balão volumétrico de 50 mL ± 0,06 mL), o volume da solução diluída a preparar vai ser de 50,00 mL.

O volume da solução concentrada será 2,5 vezes menor, ou seja: f = Vdiluído/Vconcentrado, o volume de solução concentrada é:

  • Vconcentrado = Vdiluído/f = 50,00 mL/2,5 = 20,00 cm3.

Usaríamos a pipeta volumétrica de 20 mL (± 0,03 mL) para transferir a solução concentrada para o balão volumétrico, completando o volume a 50 mL ± 0,06 mL com água destilada.

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo do volume da solução mais concentrada que foi necessário medir (V = 20,00 cm3) …….. 5 pontos

B) Indicação da pipeta que permite a medição mais rigorosa do volume da solução mais concentrada (pipeta volumétrica de 20 mL) …….. 5 pontos

Nota A apresentação de valores calculados com arredondamentos incorretos, ou com um número incorreto de algarismos significativos, não implica, por si só, qualquer desvalorização.

7. (2015 – 1ªFConsidere uma mistura gasosa constituída por 5,00 x 10-2 mol de F2(g) e 8,00 x 10-2 mol de Cl2(g), nas condições normais de pressão e de temperatura.

7.1. Quantos átomos de flúor existem na mistura gasosa?

Resolução

Uma molécula de flúor, F2, tem 2 átomos.

O número de moléculas :

  • N = n × NA

O número total de átomos é

  • 2N = 2 × n × NA = 2 × 5,00 × 10–2 mol × 6,02 × 1023 mol–1 = 6,02 × 1022 átomos F

Critérios

  • 6,02 × 1022 átomos (ou equivalente) ………….. 5 pontos

Notas:

– A omissão da palavra «átomos» não implica, por si só, qualquer desvalorização.

– A apresentação do valor solicitado com um número incorreto de algarismos significativos não implica qualquer desvalorização.

7.2. Determine a densidade da mistura gasosa, nas condições de pressão e de temperatura referidas.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

Massa molares do F2 e do Cl2:

  • M(F2) = 19,0 x 2 = 38,0 g/mol
  • M(Cl2) = 35,45 x 2 = 70,9 g/mol

Massa total:

  • m = m(F2) + m(Cl2) = 5,00 x 10-2 x 38 + 8,00 x 10-2 x 70,9 = 7,572 g

Volume dos gases:

  • V = V(F2) + V(Cl2) = n x Vm = (5,00 x 10-2 x 38 + 8,00 x 10-2 ) x 22,4 = 2,912 dm3

Cálculo da massa volúmica:

  • ρ = m/V = 7,572 /2,912 = 2,60 g/dm3

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da massa da mistura gasosa (m = 7,572 g) …….. 4 pontos

B)Cálculo do volume da mistura gasosa, nas condições de pressão e de temperatura consideradas (V = 2,912 dm3) …….. 3 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa, nas condições de pressão e de temperatura consideradas ( ρ = 2,60 g dm-3 ) …….. 3 pontos

OU

A)Cálculo da densidade do F2 (g), nas condições de pressão e de temperatura consideradas (ρ = 1,696 g dm-3……..3 pontos

B) Cálculo da densidade do Cl2 (g), nas condições de pressão e de temperatura consideradas (ρ = 3,165 g dm-3 ) ……..3 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa, nas condições de pressão e de temperatura consideradas, a partir da média ponderada das densidades dos gases constituintes da mistura ( ρ = 2,60 g dm-3……..4 pontos

8. (2015 – 2ªFO metano (CH4), o óxido nitroso (N2O) e o dióxido de carbono (CO2) são gases à temperatura ambiente e à pressão normal.

8.1. O teor médio de CH4(g) na troposfera é 1,7 partes por milhão em volume.

Este teor, em percentagem em volume, é

(A) 1,7 x 10-2 %

(B) 1,7 x 10-4 %

(C) 1,7 x 10-6 %

(D) 1,7 x 10-8 %

Resolução

  • Opção (B)

ou

 

Critérios

  • Opção (B) …………. 5 pontos

8.2. Considere uma amostra pura de CH4(g) e uma amostra pura de N2O(g), com volumes iguais, nas mesmas condições de pressão e de temperatura.

Quantas vezes é que a amostra de N2O é mais pesada do que a amostra de CH4?

Apresente o resultado arredondado às unidades.

Resolução

M(CH4) = 1 x 12,01 + 4 x 1,01 = 16,05 g mol-1

M(N2O) = 2 x 14,01 + 1 x 16,00 = 44,02 g mol-1

Tendo as amostras volumes iguais e estando nas mesmas condições de pressão e temperatura, pode concluir-se que as amostras contêm igual número de moléculas e igual quantidade de matéria.

A razão entre as massas:

  

Critérios

  • 3 [vezes] ………….. 5 pontos

8.3. Calcule o número total de átomos que existem em 50,0 dm3 de CO2 (g), nas condições normais de pressão e de temperatura (PTN).

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

Cálculo da quantidade de CO2:

  •  n CO2 = V/Vm = 50,0 / 22,4 = 2,232 mol

Cada molécula de CO2 contém 3 átomos, 2 átomos de oxigénio e 1 de carbono.

Como N = n × NA, o número total de átomos é:

  • N = 3 n × NA = 3 × 2,232 mol × 6,02 x 1023 mol–1 = 4,03 × 1024

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Determinação da quantidade de CO2 que existe no volume considerado, nas condições normais de pressão e de temperatura (n = 2,232 mol) …….. 4 pontos

B) Determinação da quantidade total de átomos existentes (n = 6,696 mol)

OU

  • Determinação do número de moléculas de CO2 existentes (N = 1,344 × 1024) …….. 3 pontos

C) Determinação do número total de átomos que existem no volume considerado, nas condições normais de pressão e de temperatura (N = 4,03 × 1024) …….. 3 pontos

9. (2015 – EEO ozono, O3, é um gás que, na troposfera, é um poluente, mas que, na estratosfera, é essencial para a vida na Terra.

A diminuição da concentração deste gás na estratosfera está, em parte, relacionada com a ação indesejável dos clorofluorocarbonetos (CFC).

O valor estabelecido pela União Europeia como teor máximo de ozono na troposfera, à pressão de 1 atm e à temperatura de 20 ºC, é 1,20 x 10-4 gm-3.

Qual das expressões seguintes permite calcular a quantidade máxima de ozono que poderá existir em 50 dm3 de ar, de acordo com o valor estabelecido pela União Europeia?

 

Resolução

  • Opção (D)

Teor máximo de O3 na troposfera:

  Em 50 cm3 de ar, a massa máxima de ozono na troposfera é:

A quantidade máxima de ozono que poderá existir em 50 dm3 de ar:

Critérios

  • Opção (D)…………. 5 pontos

10. (2016 – 1ªFNum reator com a capacidade de 10,00 L, foi introduzida, à temperatura de 700 °C, uma mistura gasosa inicialmente constituída por 0,300 mol de CO (g) e por 0,300 mol de H2O (g).

10.1. Qual é a quantidade total de átomos existente na mistura gasosa?

(A) 1,50 mol

(B) 1,20 mol

(C) 0,900 mol

(D) 0,600 mol

Resolução

  • Opção (A)

⇒ A quantidade de átomos em 0,300 mol de CO é 2 x 0,300 mol, uma vez que cada molécula de CO tem 2 átomos.

⇒ A quantidade de átomos em 0,300 mol de H2O é 3 x 0,300 mol, uma vez que cada molécula de H2O tem 3 átomos.

  • Assim, a quantidade total de átomos na mistura é (2 x 0,300 mol + 3 x 0,300 mol) = 1,50 mol.

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

10.2. Calcule a densidade da mistura gasosa no reator.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

A densidade é a massa por unidade de volume:

As massas molares de CO e de H2O são:

  • 𝑀CO = (12,01 + 16,00) g mol−1 = 28,01 g mol−1
  • 𝑀(H2O) = (2 x 1,01 + 16,00) g mol−1 = 18,02 g mol−1

Considerando as quantidades destas substâncias obtém-se:

 

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da massa de CO na mistura gasosa inicial (m = 8,403 g)

ou

  • Cálculo da massa de H2O na mistura gasosa inicial (m = 5,406 g) …….. 2 pontos

B) Cálculo da massa da mistura gasosa (m = 13,809 g) …….. 4 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa no reator (ρ = 1,38 g dm-3) …….. 4 pontos

ou

A) Cálculo do volume molar de um gás, nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (Vm = 16,67 dm3 mol-1) …….. 4 pontos

B) Cálculo da densidade do monóxido de carbono, CO (g), nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (ρ = 1,680 g dm-3)

ou

  • Cálculo da densidade do vapor de água, H2O (g), nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (ρ = 1,081 g dm-3) …….. 2 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa no reator (ρ = 1,38 g dm-3) …….. 4 pontos

11. (2016 – 2ªFUm dos procedimentos mais comuns em laboratório é a preparação de soluções aquosas por diluição de soluções mais concentradas, de concentração conhecida, habitualmente designadas por soluções-mãe.

Na preparação rigorosa de uma solução por diluição, é necessário medir com rigor um determinado volume da solução mais concentrada, transferir esse volume de solução para um balão volumétrico (de capacidade igual ao volume de solução pretendido) e completar o volume de solução pretendido com água até ao traço de referência do balão. Durante a preparação da solução, esta deve ser agitada.

Em laboratório, é também possível determinar a densidade (massa volúmica) de soluções utilizando diferentes métodos, um dos quais é a picnometria de líquidos. Este método baseia-se na determinação da massa de solução contida num picnómetro cuja capacidade foi previamente calibrada, a uma mesma temperatura.

11.1. Para «medir com rigor um determinado volume da solução mais concentrada» (terceira e quarta linhas do texto), utiliza-se

(A) uma proveta.

(B) uma pipeta.

(C) um gobelé.

(D) um balão volumétrico.

Resolução

  • Opção (B)

A proveta e o gobelé não têm precisão suficiente para medições rigorosas de volume de líquidos.

⇒ Um balão volumétrico não se pode utilizar para transferir um volume fixo de líquido pois a precisão (tolerância) de um balão volumétrico reporta-se ao volume contido (“in”) e não ao volume saído (“out”) como nas pipetas e nas buretas.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

11.2. Se pretendesse preparar 250,0 cm3 de uma solução cinco vezes mais diluída do que a solução-mãe, que volume da solução-mãe teria de medir?

(A) 5,0 cm3

(B) 10,0 cm3

(C) 50,0 cm3

(D) 200,0 cm3

Resolução

  • Opção (C)

⇒ Se se pretende preparar uma solução cinco vezes mais diluída do que a solução-mãe, ou seja, com um fator de diluição, f, igual a 5, o volume de solução concentrada a usar deve ser cinco vezes menor, pois

  • f = cinicial/cfinal = Vfinal/Vinicial

⇒ Como se pretende 250,0 cm3 de solução diluída, ter-se-ia de medir 250,0/5 = 50,00 cm3 de solução-mãe.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

11.3. Considere uma solução-mãe de cloreto de potássio, KCl(aq), que contém 2,35 x 10-3 mol de KCl por cada 1,00 g de solução.

A massa volúmica desta solução foi determinada por picnometria, tendo sido obtidos, a uma mesma temperatura, os dados apresentados na tabela seguinte.

Admita que quer preparar, por diluição dessa solução-mãe, uma solução de KCl de concentração 0,27 mol dm-3.

Calcule o fator de diluição a considerar na preparação da solução diluída de KCl.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

Massa de solução-mãe contida no picnómetro:

  • m = 1145,09 – 31,552 g = 113,54 g

Como esta solução-mãe de cloreto de potássio contém 2,35 x 10-3 mol de KCl por 1,00 g de solução, a quantidade de KCl existente nesta solução é:

  • n = 113,54 g x 2,35 x 10-3 mol g-1 = 2,668 x 10-1 mol

Concentração da solução-mãe de KCl:

  • [KCl]0 = n/V = 2,668 x 10-1/ 98,73 x 10-3 = 2,702 mol dm-3

Para obter uma solução de concentração 0,27 mol dm-3 teria de diluir a solução 10 vezes

  • fator de diluição = cinicial/cfinal = Vfinal/Vinicial = 2,702 /0,27  = 10

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da massa de solução-mãe de KCl contida no picnómetro (m = 113,54 g) (ver nota) …….. 2 pontos

B) Cálculo do volume de 1,00 g da solução-mãe (V = 0,8696 cm3)

OU

  • Cálculo da massa de 1,00 cm3 da solução-mãe (m = 1,150 g)

OU

  • Cálculo da quantidade de KCl existente em 113,54 g da solução-mãe (n = 0,2668 mol) …….. 5 pontos

C) Cálculo da concentração da solução-mãe de KCl (c = 2,702 mol dm-3) …….. 5 pontos

D) Cálculo do fator de diluição (10) …….. 3 pontos

Nota – O arredondamento do valor da massa de solução-mãe de KCl contida no picnómetro implica a pontuação desta etapa com zero pontos.

12. (2016 – 2ªFO cloreto de potássio é constituído pelos iões K+ e Cl.

A amostra considerada contém 2,68 mol de KCl. Quantos iões existem, no total, na amostra?

Apresente o resultado com três algarismos significativos.

Resolução

KCl → K+ + Cl

n (KCl) = 2,68 mol; n (iões) = 2 x 2,68 = 5,36 mol de iões

⇒  Como N = n x NA, o número de iões existentes, no total, na amostra será:

  • N (iões) = 5,36 mol x 6,02 x 1023 iões mol-1 = 3,23 x 1024 iões

ou

⇒  Dado que cada “agregado” KCl é formado por dois iões, o número total de iões existentes em 2,68 mol de KCl será:

  • (1 mol de KCl) / (2×6,02×1023 iões) = (2,68 mol de iões KCl)/(𝑁 (iões))
  • N (iões) = 3,227 × 1024 iões

Assim, o resultado com três algarismos significativos será 3,23 × 1024 iões.

Outro processo:

  • Determinar o número de entidades KCl.

N(KCl) = n(KCl) × NA ⇔ N(KCl) = 2,68 × 6,02 × 1023 ⇔ N(KCl) =1,613 × 1024

⇒  Determinar o número de iões em 1,613 × 1024 entidades KCl.

  • N(iões) = N(KCl) × 2 ⇔ N(iões) = 1,613 × 1024 ×2 ⇔ N(iões) = 3,227 × 1024

⇒  O resultado com três algarismos significativos será 3,23 × 1024 iões.

Critérios

  • 3,23 x 1024 [iões] …….. 5 pontos

Nota A apresentação do resultado «3,22 x 1024  [iões]» não implica qualquer desvalorização.

13. (2016 – EEAo nível do mar, o ar seco é uma mistura gasosa constituída por cerca de:

• 78%, em volume, de nitrogénio, N2(g);

• 21%, em volume, de oxigénio, O2(g);

• 1%, em volume, de outros gases.

Considere uma amostra de ar seco, recolhida ao nível do mar, de volume 5,0 dm3, medido nas condições normais de pressão e de temperatura.

Calcule a massa de O2(g) que deverá existir nessa amostra.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

  • V (ar) = 5,0 dm3
  • %V/V (O2 ) = 21%
  • M (O2 ) = 32,00 g mol-1

⇒  % V/V = V (O2) /Var x 100%

⇒  V (O2 ) = 21% de 5,0 dm3 = 0,21 x 5,0 dm3 = 1,05 dm3

Nas condições normais de pressão e de temperatura, Vm = 22,4 dm3 mol-1.

 

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo do volume, nas condições PTN, ocupado pela quantidade de oxigénio existente na amostra (V = 1,05 dm3) …….. 4 pontos

B) Cálculo da quantidade de oxigénio existente na amostra (n = 4,69 x 10-2 mol) …….. 3 pontos

C) Cálculo da massa de oxigénio existente na amostra (m = 1,5 g) …….. 3 pontos

14. (2017 – 1ªFO ar seco é uma mistura gasosa constituída essencialmente por nitrogénio, N2 (g), e por oxigénio, O2 (g), na qual existem ainda componentes minoritários como o árgon, Ar (g), e o dióxido de carbono, CO2 (g).

Considere que o teor de CO2 (g) no ar seco é, aproximadamente, 0,05 % (m/m).

14.1. O teor de CO2 (g) no ar seco, em ppm, é, aproximadamente,

(A) 5 x 106 ppm

(B) 5 x 104 ppm

(C) 5 x 102 ppm

(D) 5 ppm

Resolução

  • Opção (C)

ou

0,05% (𝑚⁄𝑚) de CO2 no ar significa que existem 0,05 g de CO2 em cada 100 g = 102 g de ar seco.

Segue-se que em 1 milhão de gramas (106 g = 102 x 104 g) de ar seco deverão exisitir 0,05 x 104 g = 5 x 102 g de CO2, ou seja, o teor de CO2 no ar seco é 5 x 102 ppm (partes por milhão).

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

14.2. Qual das expressões seguintes permite calcular a quantidade de CO2 que existirá numa amostra de 1 kg de ar seco?

 

Resolução

  • Opção (A)

Em 100 g de ar seco existem 0,05 g de CO2, logo, em 100 x 10 g de ar seco existem 0,05 x 10 g de CO2.

A massa molar do CO2 é 𝑀(CO2) = (12,01 + 2 x 16,00) g mol−1 = 44,01 g mol−1, segue-se que a quantidade de CO2 em 0,05 x 10 g de CO2

 

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

15. (2017 – 1ªFConsidere que em 100 g de ar seco existem 23,14 g de O2 (g) e que, nas condições normais de pressão e de temperatura (PTN), a massa volúmica do ar seco é 1,30 g dm-3.

Determine a percentagem em volume de O2 ( g ) no ar seco.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

Para determinar a percentagem em volume de O2 (g) no ar seco é necessário determinar o volume de oxigénio e o volume de ar.

A quantidade de matéria de oxigénio é:

O volume de oxigénio é:

O volume de ar é:

A percentagem em volume de O2 (g) no ar seco é:

 

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo do volume ocupado por 23,14 g de O2 , nas condições normais de pressão e de temperatura (V = 16,20 dm3) …….. 4 pontos

B) Cálculo do volume ocupado por 100 g de ar seco, nas condições normais depressão e de temperatura (V = 76,92 dm3) …….. 4 pontos

C) Cálculo da percentagem em volume de O2 ( g ) no ar seco (21,1 % (V/V )) …….. 2 pontos

ou

A) Cálculo da massa de O2 ( g ) em 1 dm3 de ar seco, nas condições normais de pressão e de temperatura (m = 0,3008 g) …….. 4 pontos

B) Cálculo do volume ocupado por 0,3008 g de O2 ( g ), nas condições normais de pressão e de temperatura (V = 0,2106 dm3) …….. 4 pontos

C) Cálculo da percentagem em volume de O2 ( g ) no ar seco (21,1 % (V/V )) …….. 2 pontos

ou

A) Cálculo do volume ocupado por 100 g de ar seco, nas condições normais depressão e de temperatura (V = 76,92 dm3) …….. 4 pontos

B) Cálculo da quantidade de matéria em 76,92 dm3 (100 g) de ar seco (n = 3,434 mol) e da quantidade de O2 ( g ) na mesma massa de ar seco (n = 0,7231 mol) …….. 4 pontos

C) Cálculo da percentagem em quantidade de O2 (g) no ar seco (21,1 %) e identificação dessa percentagem com a percentagem em volume. …….. 2 pontos

ou

A) Cálculo da massa de um determinado volume de ar seco, nas condições normais de pressão e de temperatura …….. 4 pontos

B) Cálculo do volume de O2 (g) na mesma massa de ar seco …….. 4 pontos

C) Cálculo da percentagem em volume de O2 (g) no ar seco (21,1 % (V/V )) …….. 2 pontos

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