Ficha nº5 : Exames e TI (2018 – 2021)

 


Ficha nº5

Exercícios de exames e testes intermédios (2018 – 2021)

11ºanoFísica  – Domínio 1 – Subdomínio 3 (Forças e movimentos)


 

1. (2018 – 1ªFUma esfera é largada de uma altura de 50 m.

Considere que a esfera pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e considere o solo como nível de referência da energia potencial gravítica.

Num dado instante, o módulo da aceleração da esfera é 6,0 m s-2 .

Nesse instante, a intensidade da força de resistência do ar que atua na esfera é _x_ % da intensidade da força gravítica que nela atua.

Determine o valor de x.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

A Lei Fundamental da Dinâmica para o movimento da esfera é, Fg + Rar = ma; a componente escalar desta equação na direção do movimento escreve -se:

  • Fg – Rar = ma ⇔ 10,0 m – Rar = 6,0 m ⇔ Rar  = 4,0 m

A razão entre a intensidade da força de resistência do ar e a intensidade da força gravítica é:

  •  no instante considerado, Rar vale 40% de Fg, logo, x = 40.

Critérios

  • Etapas de resolução:

Apresentação da expressão Fg – Far = 6,0 m (ou equivalente), em que Fg representa a intensidade da força gravítica, Far representa a intensidade da força de resistência do ar e m representa a massa da esfera …….. 4 pontos

Determinação da intensidade da força de resistência do ar que atua na esfera em função da sua massa (Far = 4,0m) …….. 3 pontos

Determinação do valor de x (x = 40) (ver nota) …….. 3 pontos

Nota ‒ A apresentação do valor x = 0,40 implica uma desvalorização de 1 ponto.

2. (2018 – 2ªFUma bola é lançada verticalmente para cima, numa situação em que a resistência do ar é desprezável.

Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Em relação a um referencial unidimensional, Oy, com origem no solo e sentido positivo de baixo para cima, a componente escalar da posição, y, da bola é descrita pela equação

y = 1,20 + 6,0t − 5,0t2 (SI)

2.1. Qual das opções pode representar a aceleração, a , da bola e a resultante das forças, FR , que nela atuam durante a subida?

Resolução

  • Opção (B)

De acordo com a expressão dada, a bola move-se, inicialmente, com um movimento retardado: parte da posição 1,20 m, com velocidade inicial apontando para cima (a componente escalar da velocidade inicial, em relação a Oy, 6,0 m/s, é positiva ) e com aceleração apontando para baixo ( a componente escalar da aceleração, em relação a Oy, -10,0 m/s2 , é negativa); na subida, a velocidade tem sentido oposto ao da aceleração, e portanto a velocidade diminui.

A resultante das forças aplicadas num objeto, dada por Fr = ma, é sempre colinear com a aceleração e tem o mesmo sentido. Deste modo, também, aponta para baixo (neste caso é a força gravítica).

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 6 pontos

2.2. Calcule a distância percorrida pela bola desde que é lançada até atingir a posição de altura máxima.

Recorra exclusivamente às equações do movimento, y(t) e v(t).

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

Quando a altura da bola é máxima, v = 0 m s-1

  • v = vo + a t ⇒ v = 6,0 – 10 t (SI)  ⇔ 0 = 6,0 – 10 t ⇔ t = 0,60 s
  • y = 1,20 + 6,0 (0,6) – 5 (0,6)2 ⇔ y=3,0 m

d = 3,0 – 1,20 = 1,8 m

ou

A expressão dada tem a forma y(t) = yo + vot + ½ at2 , ou seja , a equação do movimento retilíneo com aceleração constante ( movimento uniformemente variado). Para este tipo de movimento, a componente escalar da velocidade do objeto é dada por v(t) = v0 + a t.

Deste modo, o tempo, ts, que decorre até a bola parar é:

A componente escalar da posição em que a bola se encontra nesse momento é:

  • y(t) = yo + vot + ½ at2  = 1,20 + 6,0 (0,6) – 5 (0,6)2 ⇔ y=3,0 m

A distância percorrida pela bola é o módulo da diferença entre as componentes escalares das posições final e inicial, ou seja:

  • Δy = y – yo = (3 ,00 – 1,20) m = 1,8 m

Critérios

  • Etapas de resolução:

Cálculo do instante em que a bola atinge a posição de altura máxima  (t = 0,600 s) …….. 5 pontos

Cálculo da distância percorrida pela bola até atingir a posição de altura máxima (d = 1,8 m) …….. 5 pontos

3. (2018 – 2ªF) Uma bola, de massa 58,0 g , atada a uma corda, descreve trajetórias circulares, de raio 22 cm, num plano horizontal. Verifica-se que a bola descreve 20 voltas completas em 8,1 s , com velocidade de módulo constante.

Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Determine a intensidade da resultante das forças que atuam na bola, no movimento considerado.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

ou

A distância que a bola percorre durante os 8,1 s é igual a 20 perímetros de um círculo de raio 22 cm, ou seja :

  • s = 20 x 2 π x 22 = 2,76 x 103 cm

Como o módulo da velocidade da bola é constante, este é dado por

Calcular movimento circular uniforme a aceleração é centrípeta:

O módulo da força centrípeta é dado pela Segunda Lei de Newton:

  • Fr = m a = 0,058 x 52,9 = 3,1 N

Critérios

  • Etapas de resolução:

Cálculo do módulo da velocidade da bola (v = 3,41 ms-1)

ou

  • Cálculo do módulo da velocidade angular da bola (w = 15,5 rad s-1) …….. 4 pontos

Cálculo do módulo da aceleração da bola (a = 52,9 ms-2) …….. 3 pontos

Cálculo da intensidade da resultante das forças que atuam na bola (F = 3,1 N) …….. 3 pontos

A 14 de outubro de 2012, Felix Baumgartner (FB), um paraquedista austríaco, subiu num balão de hélio até à estratosfera. A partir desse balão, FB realizou um salto até à superfície da Terra.

4. (2019 – 1ªFNo salto que realizou desde a estratosfera até à Terra, Felix Baumgartner (FB) foi o primeiro homem a quebrar a barreira do som sem qualquer veículo propulsor.

Considere que a queda de FB em direção à Terra foi aproximadamente vertical.

Na Figura 5, apresentam-se, para os primeiros 100 s de queda, os gráficos do módulo da velocidade, vFB , e da altitude, h , de FB, em função do tempo, t. Na figura, está também representada uma linha a tracejado, que traduz o modo como variou o módulo da velocidade do som, vsom , ao longo da trajetória percorrida, durante aquele intervalo de tempo.

Considere que o conjunto FB + equipamento pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e que a variação da aceleração gravítica com a altitude é desprezável.

Considere um referencial unidimensional Oy vertical, com sentido de cima para baixo.

Qual dos esboços de gráfico seguintes poderá representar a componente escalar da posição, y , do conjunto FB + equipamento, em relação ao referencial Oy, em função do tempo, t , nos primeiros 100 s de queda?

Resolução

  • Opção (D)

O referencial Oy vertical é definido com sentido de cima para baixo. Assim enquanto FB cai y aumenta.

A curva y = f(t) deve ser a imagem no espelho da curva h = f(t).

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

5. (2019 – 2ªFO bungee jumping é um desporto radical em que um atleta cai de uma altura apreciável, preso a um cabo elástico que, ao esticar, exerce uma força sobre o atleta.

Na Figura 5 (que não se encontra à escala), estão representadas posições de um atleta de massa 72 kg , que cai a partir da plataforma P.

Admita que o atleta inicia o seu movimento de queda vertical com velocidade inicial nula, caindo livremente até à posição R.

A partir da posição R, o cabo elástico começa a esticar, passando a exercer uma força no atleta. Na posição S, o atleta atinge a velocidade máxima, de módulo 18,7 m s-1, e, na posição T, inverte o sentido do seu movimento.

Considere o referencial Oy representado na figura.

Admita que o atleta pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material) e considere desprezáveis a massa do cabo e a força de resistência do ar.

Figura 5

Considere o movimento de queda livre do atleta até à posição R.

5.1. Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a componente escalar da velocidade, vy, do atleta, segundo o referencial Oy considerado, em função do tempo, t, naquele movimento?

Resolução

  • Opção (A)

⇒ Estando o atleta em queda livre até à posição R, ou seja, sujeito apenas à força gravítica, a aceleração é constante (𝑔⃗).

⇒ Assim, a componente escalar da velocidade do atleta irá aumentar linearmente com o tempo decorrido, e será positiva porque tem o sentido arbitrado como positivo.

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 7 pontos

5.2. Naquele movimento, a energia cinética do atleta aumenta proporcionalmente com

(A) o módulo da velocidade do atleta.

(B) o módulo da aceleração do atleta.

(C) a intensidade da força que o cabo exerce no atleta.

(D) a distância percorrida pelo atleta.

Resolução

  • Opção (D)

⇒ Na queda vertical de P até R, atuando apenas a força gravítica, aplicando o teorema da energia cinética, 𝑊𝐹⃗g = Δ𝐸c , considerando que o atleta parte do repouso, fica Δ𝐸c = 𝐸cin. final , 𝐹g 𝑑 cos 0° = 𝐸cin. final, em que Fg é a intensidade da força gravítica e d a distância percorrida.

⇒ Como nesta situação podemos considerar a força gravítica constante, a energia cinética, em qualquer instante, irá depender da distância percorrida, ou seja, aumenta proporcionalmente com a distância percorrida.

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 7 pontos

6. (2019 – EENa Figura 5 (que não se encontra à escala), está representado um carrinho de brincar, de massa m, que é largado da posição A, sobre um plano inclinado.

O carrinho desce esse plano, passa nas posições B e C e inverte o sentido do movimento na posição D.

Figura 5

Admita que a intensidade da resultante das forças dissipativas que atuam no carrinho se mantém constante nos percursos entre as posições A e B e entre as posições C e D.

Entre as posições B e C, as forças dissipativas que atuam no carrinho são desprezáveis. Considere que o carrinho pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Considere o movimento do carrinho na descida do plano inclinado, a partir da posição A.

Se a altura h for 40 cm, o carrinho atingirá a posição B com velocidade de módulo 2,0 m s-1.

Considere um referencial Ox coincidente com a trajetória do carrinho, com origem na posição A e com o sentido do movimento.

Determine a componente escalar da aceleração, ax, do carrinho, segundo o eixo Ox, no seu movimento entre as posições A e B.

Utilize as equações do movimento x (t) e v (t) .

Apresente todas as etapas de resolução, explicitando todos os cálculos efetuados.

Resolução

  • A componente escalar da aceleração do carrinho é 1,7 m s−2

Critérios

  • Etapas de resolução:

Determinação da distância percorrida pelo carrinho entre as posições A e B  (d = 1,17 m) …….. 3 pontos

Escrita das equações x(t) e v(t) substituídas (1,17 = ½ ax t e 2,0 = ax t ) …….. 3 pontos

Determinação da componente escalar da aceleração do carrinho  (ax = 1,7 m s-2) …….. 4 pontos

7. (2019 – EEGalileu idealizou uma experiência na qual uma esfera, largada sempre de uma mesma altura h sobre um plano inclinado, subiria, na ausência de forças de atrito, um segundo plano inclinado até à altura da qual tinha sido largada, qualquer que fosse a inclinação θ do segundo plano.

Esta situação está representada na Figura 6.

Considere que a esfera pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Que tipo de movimento teria a esfera a partir da posição P, se a amplitude do ângulo θ fosse 0º ?

Resolução

  • Movimento retilíneo uniforme

Se o ângulo θ for nulo, então a partir do ponto P a esfera desloca-se na horizontal.

Usando o modelo da partícula material, no seu deslocamento a esfera está somente sujeita ao peso e à força normal.

Quando a esfera se desloca horizontalmente, a força normal é vertical, tendo a mesma intensidade e sentido oposto ao peso.

A resultante das forças é nula e a esfera apresenta aceleração nula e a velocidade constante, deslocando-se com movimento retilíneo uniforme.

Critérios

  • Movimento retilíneo uniforme. …….. 7 pontos

8. (2020 – 1ªFRecriando uma das famosas experiências realizadas por Galileu, estudou-se o movimento de translação de uma esfera largada sobre um plano inclinado.

Considere que a esfera pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Admita que, em cada ensaio realizado, o módulo da velocidade da esfera aumentou proporcionalmente com o tempo decorrido e que a resultante das forças de atrito que atuaram na esfera não foi desprezável.

Na recriação da experiência de Galileu, foi utilizado um plano inclinado, de comprimento L, que está esquematizado na Figura 1.

Em dois dos ensaios realizados, a esfera foi largada de duas posições diferentes, A e B, tendo-se medido o tempo que a esfera demorou a atingir a posição C.

Considere que tA e tB são os tempos que a esfera demora a atingir a posição C quando é largada das posições A e B, respetivamente.

Determine o quociente desses tempos.

Mostre como chegou ao valor solicitado.

Resolução

Em cada ensaio realizado, o módulo da velocidade da esfera aumentou proporcionalmente com o decorrido, ou seja, a aceleração foi constante.

Dado que as condições experimentais se mantiveram (a mesma esfera foi largada sobre um plano inclinado), a aceleração, de módulo a, foi necessariamente a mesma em todos os ensaios.

Como a esfera é largada, a velocidade inicial é nula em ambos os casos.

A distância percorrida é dada pela expressão:

  • x = x0 + v0t + ½ at2

Teremos:

  • xA = L =  ½ at2A
  • xB = L – L/4 = ½ at2B

Usando a expressão de L da primeira equação e substituindo na segunda, obtém-se:

Critérios

9. (2020 – 1ªFOs tempos de descida da esfera sobre o plano inclinado foram medidos indiretamente a partir dos volumes de água vertidos por uma bureta.

Assim, em cada ensaio realizado, abriu-se a torneira da bureta no instante em que a esfera foi largada sobre o plano inclinado e fechou-se a torneira da bureta no instante em que a esfera atingiu a base do plano.

 Considere que, nos ensaios realizados, a bureta vertia, aproximadamente, 1,6 cm3 de água em cada segundo.

A massa volúmica da água, nas condições em que foram realizados esses ensaios, é 1,0 g cm-3.

Na tabela seguinte, estão registadas as distâncias, d, percorridas pela esfera, largada de diferentes posições sobre o plano inclinado, e os volumes, V, de água vertidos até a esfera atingir a base do plano.

Determine o módulo da aceleração da esfera, em m s-2, a partir da equação da reta de ajuste a um gráfico adequado.

Na resposta:

– apresente uma tabela com os valores a utilizar na construção do gráfico, identificando as variáveis consideradas;

– apresente a equação da reta de ajuste a esse gráfico;

– calcule o valor solicitado.

Explicite o seu raciocínio, indicando todos os cálculos efetuados.

Resolução

O volume, V, vertido pela bureta num intervalo de tempo t é V = 1,6t (V em cm3 e em s).

Num movimento retilíneo em que a velocidade aumenta proporcionalmente com o tempo, a distância percorrida é:

  • x = x0 + v0t + ½ at⇔ d =  ½ at2

Sendo a esfera largada, a velocidade inicial é nula ( v = 0).

⇒ Das relações anteriores obtém-se

  • d em m e V em cm3

d varia linearmente com V2 (V é uma medida do tempo).

  • Os valores a utilizar na construção do gráfico d = f(V2) são apresentados na tabela.

A equação da reta de ajuste ao gráfico é d = 9,583 x 10-2 V2 + 0,035.

A ordenada na origem resulta de incertezas experimentais, podendo concluir-se que

  • a/5,12 = 9,583 x 10-2 m s-2 ⟺ a = 0,49 m s-2.

ou

O movimento da esfera sobre o plano inclinado é relativo e uniformemente acelerado, descrito pela equação:

  • x = x0 + v0t + ½ at⇔ d =  ½ at2

donde d = x – x0 é a distância percorrida e v0 = 0 ( a esfera é largada).

Representado d em função de t2, deve obter-se uma reta de ajuste aos pontos do gráfico.

O módulo do declive desta reta corresponde a metade do módulo da aceleração da esfera.

O tempo t que a esfera demora a atingir a base do plano é dado por t = V/1,6, em que V é o volume de água vertido em cada ensaio, e 1,6 cm3 s-1 é o volume de água vertido por segundo.

A tabela seguinte tem na primeira coluna as distâncias d (em m) percorridas pela esfera e na segunda os valores correspondentes de t2 ( em s2).

A equação da reta de ajuste aos pontos do gráfico d (t2) = 0,244 t2 + 4 x 10-2

Obtém-se o módulo da aceleração da esfera, a, a partir da relação

  • 0,244 ms-2 = ½ a ⇔ a = 0,49 ms-2

Critérios

  • Determina o valor solicitado, percorrendo as etapas seguintes:

Calcula o tempo de escoamento, t , correspondente a cada volume de água  vertido …….. 2 pontos

Apresenta uma tabela com os valores de d e de t2 a utilizar na construção  do gráfico …….. 3 pontos

Apresenta a equação da reta de ajuste ao gráfico t2 = f(d) ou ao gráfico  d = f(t2) (t2 = 4,09d – 0,2 ou d = 0,244 t2 + 4 x 10-2) (ver nota) …….. 2 pontos

Calcula o módulo da aceleração da esfera (a = 0,49 m s-2 ) …….. 3 pontos

ou

Apresenta uma tabela com os valores de d e de V2 a utilizar na construção do gráfico …….. 2 pontos

Apresenta a equação da reta de ajuste ao gráfico V2 = f(d) ou ao gráfico d = f (V2) ( V2 = 10,41 d – 0,31 ou d =  9,583 x 10-2 V2 + 4 x 10-2) (ver nota) …….. 2 pontos

Utiliza a relação entre o volume e o tempo de escoamento para obter uma expressão de t2 = f(d) (t2 = 4,07 d)  ou para obter uma expressão de d = f (t2) (d = 0,245 t2) ou para obter, a partir da equação das posições, uma expressão que relacione d com V2 (d = ½ a V2/1,62  ou equivalente) …….. 3 pontos

Calcula o módulo da aceleração da esfera (a = 0,49 m s-2 ) …….. 3 pontos

Nota :

  • A omissão da ordenada na origem não implica qualquer desvalorização.

10. (2020 – 2ªFIo, Europa, Ganimedes e Calisto são satélites de Júpiter que foram descobertos por Galileu, no início do século XVII.

Considere o movimento de translação destes satélites em torno de Júpiter e admita que as órbitas por eles descritas são aproximadamente circulares.

10.1. A aceleração de um satélite no seu movimento de translação em torno de Júpiter

(A) depende do raio da órbita e da massa do satélite.

(B) depende do raio da órbita, mas não depende da massa do satélite.

(C) não depende do raio da órbita nem da massa do satélite.

(D) não depende do raio da órbita, mas depende da massa do satélite.

Resolução

  • Opção (B)

A resultante das forças que atuam sobre o satélite é centrípeta e igual à força gravitacional.

  • A aceleração do satélite depende do raio da órbita, r, mas é independente da sua massa, ms

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 10 pontos

10.2. A massa de Júpiter pode ser determinada a partir de uma relação entre os períodos de translação, T, dos seus satélites e os raios, r, das órbitas por estes descritas, verificando-se que T2 varia linearmente com r3.

Na tabela seguinte, apresentam-se os valores de r3 e de T2 dos satélites de Júpiter descobertos por Galileu.

Determine a massa de Júpiter.

Na resposta:

  •  deduza a expressão de T2 em função de r3, a partir da segunda lei de Newton e da lei da gravitação universal;
  • apresente a equação da reta de ajuste ao gráfico de T2 em função de r3 (despreze a ordenada na origem);
  • calcule o valor solicitado.

Explicite o seu raciocínio, indicando todos os cálculos efetuados.

Resolução

Aplicando a segunda Lei de Newton tem-se:

⇒ De acordo com o gráfico T(r3) , a reta de ajuste é y = 3,119 x 10-16 x – 5,104 x 108  que corresponde a T2 = 3,119 x 10-16 r3  (T em s e r em m).

O declive da reta, 3,119 x 10-16 s2 m-3, permite o cálculo da massa de Júpiter:

Critérios

  • Determina o valor solicitado, percorrendo as etapas seguintes:

Deduz a expressão solicitada …….. 3 pontos

  Apresenta a equação da reta de ajuste ao gráfico :

  • T2 = f(r3) = 3,119 x 10-16 r3 ……… 3 pontos

Determina a massa de Júpiter (mj = 1,90 x 1027 kg) …….. 4 pontos

11. (2020 – EELançaram-se verticalmente, de baixo para cima, uma bola de basquetebol, B, e uma bola de voleibol, V, sendo a massa da bola B superior à massa da bola V.

Os lançamentos foram repetidos, alterando-se as condições iniciais.

Considere desprezável a resistência do ar e considere que as bolas podem ser representadas pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Num dos lançamentos efetuados, as duas bolas foram lançadas em simultâneo, tendo-se registado, em vídeo, o seu movimento.

A análise desse vídeo permitiu determinar que, desde que as bolas foram lançadas até terem atingido o solo, as componentes escalares das suas posições, yB e yV, em relação a um referencial vertical Oy, variaram com o tempo, t , de acordo com as equações

yB = 0,57 + 5,44t – 4,88 t2 (SI)

yV = 1,93 + 3,61t – 4,89 t2 (SI)

11.1. Considere a componente escalar da aceleração da bola de basquetebol, ay,B, em relação ao referencial Oy.

Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a componente escalar da aceleração da bola de basquetebol, ay,B, em função do tempo, t ?

Resolução

  • Opção (C)

⇒ A equação do movimento da bola de basquetebol é da forma

y = y0 + v0t + ½ at2

  • que corresponde ao movimento com aceleração constante no eixo Oy.

⇒ Comparando esta equação com a equação dada para a bola de basquetebol verifica-se que a sua posição inicial é 0,57 m, a componente escalar da velocidade inicial é 5,44 m/s e a componente escalar da aceleração do movimento é 2 x (-4,88) m/s = -9,76 m/s2.

Assim, a componente escalar da aceleração da bola de basquetebol é negativa e constante.

ou

De acordo com o referencial escolhido e com a equação que representa o valor das componentes escalares das posições da bola B, em função do tempo, verifica-se que a componente escalar da aceleração, ay,B, será:

½ x ay,B = -4,88 ⇔  ay,B = -9,76 m s-2

  • Conclui-se, assim, que a componente escalar da aceleração da bola de basquetebol em função do tempo é constante e negativa.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 10 pontos

11.2. Determine, utilizando exclusivamente as potencialidades gráficas da calculadora, a componente escalar da velocidade da bola de voleibol, vy,V , em relação ao referencial Oy, no instante em que as duas bolas têm a mesma componente escalar da posição, y .

Mostre como chegou ao valor solicitado.

Resolução

Utilizando uma calculadora gráfica e abrindo uma página de gráficos, introduzem-se as expressões das componentes escalares das posições da bola de basquetebol B (f1) e da bola de voleibol V (f2).

Seguidamente analisa-se o gráfico para determinar o ponto de interseção.

As coordenadas desse ponto são (0.74, 1.92), ou seja, no instante 0,74 s as bolas têm a mesma componente escalar da posição, 1,92 m.

Sabendo que a componente escalar da velocidade é obtida a partir do declive da reta tangente ao gráfico da componente escalar da posição, em função do tempo, no instante em que as bolas têm a mesma componente escalar da posição, há que solicitar essa tangente ao gráfico f2, no instante 0,74 s.

Na figura, surge o traçado dessa tangente no instante pretendido, assim como a respetiva expressão.

  • Verifica-se que o declive da tangente tem o valor de –3,63.

Conclui-se, assim, que a componente escalar da velocidade da bola de voleibol é –3,63 m/s.

⇒ Outro processo de responder à questão, depois de ter determinado o ponto de interseção, é pedir o valor da derivada da função f2 no instante 0,74 s.

  • O valor obtido é –3,63 m/s.

Critérios

Nota ‒ A apresentação da componente escalar da velocidade da bola de voleibol no intervalo [-3,65 ; -3,60 ] m s-1 não implica qualquer desvalorização, desde que o valor apresentado tenha, no mínimo, dois algarismos significativos.

12. (20211ªFEm 1849, Hippolyte Fizeau mediu a velocidade da luz no ar com base na experiência esquematizada na Figura 3 (que não está à escala).

Nessa experiência, um feixe de luz passava numa ranhura, na periferia de uma roda dentada, e era, a seguir, refletido num espelho colocado a uma distância de 8,63 km da roda.

Com a roda parada, o feixe refletido no espelho voltava a passar na mesma ranhura.

Com a roda a girar com uma frequência de 12,6 Hz, o feixe refletido no espelho não voltava a passar pela ranhura, incidindo no dente imediatamente a seguir, deixando de ser detetado pelo observador.

Nestas condições, a roda descrevia um ângulo de 0,250º desde o instante em que o feixe incidente passava pela ranhura até ao instante em que o feixe refletido incidia no dente.

Considere a roda dentada a girar e dois pontos da roda a diferentes distâncias do centro.

Os módulos das velocidades desses pontos são ______ e os módulos das suas velocidades angulares são ______.

(A) iguais … iguais

(B) iguais … diferentes

(C) diferentes … iguais

(D) diferentes … diferentes

A pontuação obtida na resposta contribui obrigatoriamente para a classificação final da prova.

Resolução

  • Opção (C)

⇒ Os módulos das velocidades desses pontos são diferentes e os módulos das suas velocidades angulares são iguais.

Notas:

Considerem-se os pontos X e P da roda dentada. Qualquer um dos pontos descreve uma volta completa em torno do eixo de rotação no mesmo intervalo de tempo. Assim, a velocidade angular de X é igual à velocidade angular de P.

Porque a distância de X ao eixo de rotação é maior do que a distância de P a esse eixo, em intervalos de tempo iguais, a distância percorrida por X é maior do que a distância percorrida por P. Logo, o ponto X move-se mais rapidamente, pelo que o módulo da sua velocidade é maior do que o módulo da velocidade de P.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 10 pontos

13. (2021 – 2ªFA Estação Espacial Internacional (EEI; em inglês, International Space Station – ISS) move-se em torno da Terra, numa órbita aproximadamente circular.

Admita que a região em que a EEI se move pode ser considerada como vácuo.

A EEI orbita a uma altitude cerca de 15 vezes inferior ao raio da Terra.

Qual das expressões seguintes traduz corretamente a relação entre o módulo da aceleração da EEI, aEEI, e o módulo da aceleração gravítica à superfície da Terra, g ?

(A) aEEI = 0,94 g

(B) aEEI = 0,88 g

(C) aEEI = 6,7 x 10-2 g

(D) aEEI = 4,4 x 10-3 g

Resolução

  • Opção (B)

O módulo da aceleração gravítica à superfície da Terra é dado por:

Uma vez que a região em que a EEI se move pode ser considerada como vácuo, a resultante das forças que atuam na EEI coincide com a força que a Terra exerce sobre a EEI em órbita. Logo,

Como 𝑟órbita=𝑟Terra+ℎ, em que a altitude, ℎ, é cerca de 15 vezes inferior ao raio da Terra, vem:

Comparando o módulo da aceleração da EEI com o módulo da aceleração gravítica à superfície da Terra, tem-se:

A expressão que traduz corretamente a relação entre o módulo da aceleração da EEI, 𝑎EEI, e o módulo da aceleração gravítica, 𝑔, à superfície da Terra é 𝑎EEI = 0,88 𝑔.

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 10 pontos

14. (20212ªFUm corpo sobre um plano inclinado, abandonado de uma altura h, acaba por parar após percorrer uma distância d num plano horizontal.

Na Figura 1 (que não está à escala), está esquematizado o percurso do corpo entre a posição inicial (posição A) e a posição final (posição C).

 

Considere o referencial Ox, representado na figura, e admita que:

– o corpo pode ser representado pelo seu centro de massa (modelo da partícula material);

– no plano inclinado, as forças de atrito que atuam no corpo são desprezáveis;

– no plano horizontal, a resultante das forças que atuam no corpo é constante.

14.1. Entre as posições A e C, o módulo do trabalho realizado pela força gravítica que atua no corpo, |WFg|, é igual ao módulo do trabalho realizado pela resultante das forças de atrito que atuam no corpo, |WFa|.

Comprove esta afirmação, explicitando o seu raciocínio.

Resolução

Trabalho realizado pela força gravítica que atua no corpo entre as posições A e B e Teorema da Energia Cinética.

  • Considera-se que, no plano inclinado, as forças dissipativas que atuam no corpo são desprezáveis. Logo, sendo a reação normal perpendicular ao plano inclinado, no percurso de A até B a única força que realiza trabalho é a força gravítica.

Usando o Teorema da Energia Cinética, tem-se:

Trabalho realizado pela força gravítica que atua no corpo entre as posições B e C e Teorema da Energia Cinética.

  • No percurso de B até C, a única força que realiza trabalho é a força de atrito.

Usando o Teorema da Energia Cinética, tem-se:

⇒ Como se queria comprovar, entre as posições A e C, o módulo do trabalho realizado pela força gravítica que atua sobre o corpo é igual ao módulo do trabalho realizado pela resultante das forças de atrito que atuam sobre o corpo.

Critérios

  • Comprova que |WFg| = |WFa| entre A e C, apresentando os seguintes elementos de resposta:

reconhecimento de que a variação da energia cinética entre A e C é nula;

ou

  • reconhecimento de que a variação da energia cinética entre A e B é simétrica da variação da energia cinética entre B e C;

referência a que, entre A e C, a variação da energia cinética seja igual à soma de WFg e WFa;

ou

  • referência a que, entre A e B, a variação da energia cinética seja igual a WFg e a que, entre B e C, a variação da energia cinética seja igual a WFa .

14.2. Numa experiência, o corpo foi abandonado de cinco alturas diferentes, sobre o plano inclinado, tendo percorrido, para cada uma das alturas, uma determinada distância no plano horizontal.

A tabela apresenta, para cada uma das alturas, h, das quais o corpo foi abandonado, a distância, d , que o corpo percorreu no plano horizontal até parar.

Determine a componente escalar da aceleração, ax , do corpo, em relação ao referencial Ox considerado, no seu movimento no plano horizontal.

Na resposta:

– deduza uma expressão que mostre que d varia linearmente com h;

– apresente a equação da reta de ajuste a um gráfico adequado;

– calcule o valor solicitado com dois algarismos significativos, a partir da equação da reta de ajuste.

Apresente todos os cálculos efetuados.

Resolução

  • Dedução da expressão que relaciona 𝑑 com ℎ

Trabalho realizado pela força gravítica que atua no corpo entre as posições A e B:

  • A força gravítica é uma força conservativa, pelo que o trabalho por ela realizado é igual ao simétrico da variação de energia potencial gravítica.
  • Enquanto o corpo se move no plano inclinado, considera-se que a única força que realiza trabalho é a força gravítica.
  • O corpo abandonado em A.

Trabalho realizado pela força de atrito que atua no corpo entre as posições B e C:

  • No percurso de B até C, a força de atrito é a única força que realiza trabalho.
  • O corpo acaba por parar em C.
  • Sendo a força de atrito a resultante das forças (e admitindo que o corpo é representado pelo seu centro de massa).

  • Apresentação da equação da linha de ajuste ao gráfico 𝑑 =𝑓(ℎ)

Cálculo da componente escalar da aceleração, 𝑎𝑥

Critérios

  • Determina o valor solicitado, percorrendo as etapas seguintes:

Deduz a expressão que relaciona d com h (ver notas 1) …….. 4 pontos

Apresenta a equação de ajuste ao gráfico d = f (h) ( d = 4,12 h – 0,02) (ver notas 2 e 3) …….. 3 pontos

Calcula a componente escalar da aceleração do corpo (-2,4 m s-2) …….. 3 pontos

ou

Deduz a expressão que relaciona d com h (ver notas 1) …….. 4 pontos

Apresenta a equação de ajuste ao gráfico h = f (d) ( h = 0,24 d + 0,01) (ver notas 2 e 3) …….. 3 pontos

Calcula a componente escalar da aceleração do corpo (-2,4 m s-2) …….. 3 pontos

Notas:

1. A omissão do sinal «−» na expressão deduzida não implica qualquer desvalorização nesta etapa.

2. Na equação da reta de ajuste, a omissão da ordenada na origem não implica qualquer desvalorização.

3. A ordem das etapas 1 e 2 é arbitrária.

15. (2021EENa Figura 3, apresenta-se o gráfico da componente escalar da velocidade, v , de um paraquedista (sistema paraquedista + paraquedas), em função do tempo, t , nos primeiros 60 s do seu movimento de descida, na vertical.

Considere um referencial Oy vertical e admita que o paraquedista pode ser representado pelo seu centro  de massa (modelo da partícula material).

15.1. Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a componente escalar da posição, y , do paraquedista, em relação ao referencial Oy , em função do tempo, t , no intervalo de tempo [0; 30]s  ?

Resolução

  • Opção (B)

Da análise do enunciado e do gráfico v = f (t) representado na Figura 3, verifica-se que o referencial Oy, vertical, está orientado no sentido descendente, logo a componente escalar da posição, y, aumenta ao longo do tempo.

A componente escalar da velocidade aumenta de 0 s até cerca de 15 s, movimento retilíneo acelerado, e mantém-se constante até 30 s, movimento retilíneo uniforme.

A curva y = f (t) apresenta a concavidade para cima (movimento retilíneo acelerado), seguida de um aumento retilíneo (movimento retilíneo uniforme).

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 10 pontos

15.2. Qual das opções pode representar a velocidade, v , do paraquedista e a resultante das forças, FR , que nele atuam no instante t = 35 s ?

Resolução

  • Opção (A)

Durante todo o movimento, o sentido é o descendente, logo a velocidade tem este sentido.

A partir do instante 35 s e até ao instante 40 s, o movimento é retilíneo e retardado (a componente escalar da velocidade diminui – Figura 3 do enunciado), pelo que a resultante das forças, Fr, que atua sobre o sistema tem sentido ascendente.

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 10 pontos

15.3. O módulo do trabalho, |WRar,1| , realizado pela resistência do ar no intervalo de tempo [ 20; 30] s é cinco vezes superior ao módulo do trabalho, |WRar,2| , realizado pela resistência do ar no intervalo de tempo [50; 60] s .

Comprove a veracidade desta afirmação.

Explicite o seu raciocínio.

Resolução

Nos intervalos de tempo [20 ; 30] s e [50 ; 60] s, os respetivos valores de variação de energia cinética, ΔEc, são nulos, pois, em cada um destes intervalos, as respetivas velocidades são constantes.

  • Do Teorema da Energia Cinética, tem-se:

Critérios

  • Elementos de resposta:

identifica uma variação da energia cinética do paraquedista nula, nos dois intervalos de tempo considerados;

indica que |WFg,1| = |WRar,1| no intervalo de tempo [20 ; 30] s e que |WFg,2| = |WRar,2|  no intervalo de tempo [50; 60] s;

comprova que  |WRar,1| = 5 |WRar,2|

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