2016 – 1ª Fase – Prova Escrita de Física e Química A

Prova Escrita de Física e Química A – versão 1

Prova 715: 1.ª Fase2016

Grupo I

1. Uma bola move-se segundo uma trajetória retilínea.

Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

Admita que a componente escalar da posição, x, da bola em relação a um determinado referencial unidimensional Ox varia com o tempo, t, de acordo com a equação

x = 2.4 – 2.0 t + 0.60 t2 (SI)

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 1 (Tempo, posição e velocidade)

1.1. A que distância se encontra a bola da origem do referencial Ox considerado, no instante t = 0,0 s?

Resolução

No instante t = 0,0 s, a bola encontra-se a uma distância de 2,4 m da origem do referencial Ox.

⇒ A distância d à origem é o comprimento do segmento de reta que une a posição, nesse instante (x(0,0)), à origem (x = 0 m):

  • d = |x(0,0) – 0| = |x(0,0)| = 2,4 m 

Critérios

  • 2,4 m …………. 5 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 3 (Forças e movimentos)

1.2. A componente escalar, segundo o referencial Ox considerado, da velocidade, vx, da bola varia com o tempo, t, de acordo com a equação

(A) vx = – 2,0 + 1,2 t

(B) vx = 2,4 – 2,0 t

(C) vx = – 2,0 + 0,60 t

(D) vx = 2,4 – 4,0 t

Resolução

  • Opção (A)

⇒ A equação das posições no movimento retilíneo com aceleração constante é :

  • x = x0 + voxt + ½ axt2

⇒ Da equação dada, x = 2,4 – 2,0 t + 0,60t2 (SI), deduz-se que esta descreve um  movimento retilíneo com aceleração constante e que v0x = – 2,0 ms-1 (o coeficiente de é a componente escalar da velocidade inicial segundo o eixo Ox) e ½ax = 0,60 ms-1 (o coeficiente de é metade da componente escalar da aceleração), logo, ax = 1,2 ms-2.

Assim, a equação das velocidades, que no movimento retilíneo com aceleração constante é :

  • vx = vox + axt, fica, neste caso, vx = -2,0 + 1,2 t (SI).

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 1 (Tempo, posição e velocidade)

1.3. Determine a distância percorrida pela bola no intervalo de tempo [0,0 ; 3,0] s, utilizando as potencialidades gráficas da calculadora.

Na sua resposta:

• apresente um esboço do gráfico da componente escalar da posição, x, da bola em função do tempo, t, desde o instante t = 0,0 s até, pelo menos, ao instante t = 3,0 s;

• indique, no esboço apresentado, os valores de x necessários ao cálculo daquela distância;

• apresente o valor da distância percorrida pela bola no intervalo de tempo considerado.

Resolução

  • A distância percorrida nos primeiros 3,0 s do movimento da bola é 2,7 m.

⇒ A distância percorrida pela bola, s, no intervalo [0,0 ; 3,0] s é a soma dos módulos dos deslocamentos no sentido negativo, no intervalo [0,0 ; 1,67] s, e no sentido positivo, no intervalo [1,67 ; 3,0] s;

  • s = | x(1,67) – x(0,0)| + |x(3,0 – x(1,67)| = (|0,73 – 2,4| + |1,80 – 2,4| + |1,80 – 0,73|) m = 2,7 m.

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da componente escalar da posição, x, da bola no instante t = 0,5 s (x = 1,55 m) …….. 3 pontos

B) Cálculo da componente escalar da posição, x, da bola no instante t = 1,5 s (x = 0,750 m) …….. 3 pontos

C) Cálculo da distância percorrida pela bola no intervalo de tempo considerado (d = 0,80 m) …….. 4 pontos

2. Uma bola, atada a uma corda, descreve trajetórias circulares num mesmo plano horizontal.

Considere que a bola pode ser representada pelo seu centro de massa (modelo da partícula material).

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 3 (Forças e movimentos)

2.1. Qual dos esboços de gráfico seguintes pode representar a intensidade da resultante das forças que atuam na bola, F, em função do módulo da aceleração, a, da bola?

Resolução

  • Opção (C)

⇒ De acordo com a Lei Fundamental da Dinâmica, a intensidade da resultante das forças que atuam sobre a bola, F, é diretamente proporcional ao módulo da aceleração, a: F = ma, o gráfico da intensidade da resultante das forças, F, em função do módulo da aceleração, F(a), é uma reta que passa pela origem com declive igual à massa, m, da bola (a constante de proporcionalidade é uma característica da bola, a sua massa inercial m).

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 3 (Forças e movimentos)

2.2. Na Figura 1, está representada uma imagem estroboscópica de um movimento da bola, no qual a trajetória descrita pela bola é uma circunferência de raio 30 cm.

Nessa imagem estroboscópica, as posições da bola foram registadas a intervalos de tempo de 4,0 x 10-2 s.

Determine o módulo da aceleração da bola no movimento considerado.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

⇒ No movimento circular da bola, as posições, registadas a intervalos de tempo iguais, estão igualmente distanciadas, logo, conclui-se que o movimento é descrito com velocidade de módulo constante (movimento circular uniforme).

⇒ Pode, assim, afirmar-se que a velocidade só varia em direção e, por isso, a aceleração da bola, a, é centrípeta, ac: a = ac = ω2r em que ω é o módulo da velocidade angular da bola e r ( 30 cm = 0,30 m) é o raio da trajetória descrita; o ângulo descrito por unidade de tempo, ω, pode determinar-se pelo facto de em um período, T = 8 x 4,0 x 10-2 s = 0,320 s, a bola descrever um ângulo de 2 π rad:

  • ω = 2π/T = 2π/0,320 = 19,6 rad s-1

⇒ Assim, o módulo da aceleração da bola é:

  • a = ω2r = (19,6 s-1)2 x 0,30 m = 1,2 x 102 m s-2 

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo do módulo da velocidade da bola no movimento considerado (v = 5,89 m s-1)

ou

  • Cálculo do módulo da velocidade angular da bola no movimento considerado (ω = 19,6 rad s-1) …….. 5 pontos

B) Cálculo do módulo da aceleração da bola no movimento considerado (a = 1,2 x 102 m s−2) …….. 5 pontos

GRUPO II

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 1 (Sinais e ondas)

1. Uma bobina, cujos terminais estão ligados a um osciloscópio, roda numa zona do espaço onde existe um campo magnético uniforme.

A Figura 2 representa o sinal registado no ecrã do osciloscópio quando este tem a base de tempo regulada para 5 ms / div e a escala vertical regulada para 2 V / div.

Qual das expressões seguintes pode traduzir a tensão, U, desse sinal em função do tempo, t ?

(A) U = 6,0 sin ( 80πt) (SI)

(B) U = 6,0 sin ( 1,2 x 102πt) (SI)

(C) U = 12,0 sin ( 80πt) (SI)

(D) U = 12,0 sin ( 1,2 x 102πt) (SI)

Resolução

  • Opção (B)

⇒ O sinal no ecrã do osciloscópio (tensão elétrica em função do tempo) é um sinal harmónico (função sinusoidal), cuja expressão algébrica pode ser U = Umáx sin (ωt) em que é a Umáx amplitude do sinal e ω é a frequência angular.

A distância pico-a-pico, 2Umáx, corresponde a 6 divisões:

  • 2Umáx = 6,0 div x 2 V/div ⇒ Umáx = 6,0 V

⇒ No ecrã são visíveis 3 ciclos completos, cuja duração total é (3 períodos), a que correspondem 10 divisões:

  • 3T = 10,0 div x 5 ms x 5 ms/div ⇒ T = 50,0/3 ms ⇒ f = 3/50,0 kHz ⇒ f = 60 Hz

⇒ Assim, a frequência angular é :

  • ω = 2πf = 2π x 60 = 1,2 x 102 π rad s-1

⇒ Conclui-se que:

  • U = Umáx sin (ωt) = 6,0 sin (1,2 x 102 πt)  (SI)

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 5 pontos

  • 11ºanoFísica  – Domínio 2 – subdomínio 2 (Eletromagnetismo)

2. Uma outra bobina, formada por 500 espiras quadradas de lado , 8,0 x 10-2 m, está em repouso numa zona do espaço onde existe um campo magnético uniforme, B, perpendicular aos planos das espiras.

Admita que, num dado intervalo de tempo, a intensidade do campo magnético, B, varia com o tempo, t, de acordo com o gráfico representado na Figura 3.

Determine o módulo da força eletromotriz induzida nos terminais da bobina, no intervalo de tempo [0,0 ; 2,0] s.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

O módulo da força eletromotriz induzida nos terminais da bobina, |εi| , é igual ao módulo da variação do fluxo do campo magnético por unidade de tempo, |ΔΦm|/Δt , que atravessa as espiras da bobina:

  • i| = |ΔΦm|/Δt

⇒ O fluxo do campo magnético, Φm, que atravessa cada uma das espiras é dado pela seguinte expressão: Φm = B A cos θ em que B é a intensidade do campo magnético, A é a área de uma superfície delimitada pela espira e θ o ângulo entre o campo magnético, B, e a direção perpendicular à superfície (neste caso, pode considerar-se uma superfície plana quadrada de área A = (8,0 x 10-2 m)2 para a qual a normal é paralela ao campo, portanto, θ = 0º ).

⇒ Através de N espiras o fluxo magnético será:

  • Φm = NBA cos θ

⇒ O módulo da variação do fluxo do campo magnético que atravessa as espiras da bobina, no intervalo [0,0 ; 2,0] s, resulta da variação da intensidade do campo magnético, B:

  • ΔΦm = Δ(NBA cos θ) = NBfA cos θ – NBfA cos θ = NA cos θ (Bf – Bi)

⇒ Substituindo pelos valores das grandezas obtém-se:

  • ΔΦm = 500 x (8,0 x 10-2 m)2 x cos 0º x (0,090 – 0,010) T = 0,256 Wb

⇒ O módulo da força eletromotriz induzida nos terminais da bobina, no intervalo [0,0 ; 2,0] s, é:

  •  |εi| = |ΔΦm|/Δt = 0,256/2,0 = 0,13 V

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo do fluxo magnético que atravessa a superfície delimitada por uma espira, quando a intensidade do campo magnético é 0,010 T (Φm = 6,40 x 10-5 Wb) e cálculo do fluxo magnético que atravessa a superfície delimitada por uma espira, quando a intensidade do campo magnético é 0,090 T (Φm = 5,76 x 10-4 Wb)

ou

  • Cálculo do fluxo magnético que atravessa as superfícies delimitadas pelas espiras da bobina, quando a intensidade do campo magnético é 0,010 T (Φm = 3,20 x 10-2 Wb) e cálculo do fluxo magnético que atravessa as superfícies delimitadas pelas espiras da bobina, quando a intensidade do campo magnético é 0,090 T (Φm = 2,88 x 10-1 Wb) …….. 4 pontos

B) Cálculo da variação do fluxo magnético que atravessa a superfície delimitada por uma espira, no intervalo de tempo considerado (ΔΦm = 5,12 x 10-4 Wb)

ou

  • Cálculo da variação do fluxo magnético que atravessa as superfícies delimitadas pelas espiras da bobina, no intervalo de tempo considerado (ΔΦm = 2,56 x 10-1 Wb) …….. 2 pontos

C) Cálculo do módulo da força eletromotriz induzida nos terminais da bobina, no intervalo de tempo considerado (i| = 1,3 x 10-1 V) …….. 4 pontos

GRUPO III

Quando um corpo desliza ao longo de um plano inclinado, ocorre, geralmente, dissipação de parte da energia mecânica do sistema corpo + Terra.

Numa aula laboratorial de Física, pretendia-se investigar se a energia dissipada e a intensidade da resultante das forças de atrito que atuam num corpo que desliza ao longo de um plano inclinado dependem da distância percorrida pelo corpo e dos materiais das superfícies em contacto.

Na Figura 4, está representada uma montagem semelhante à utilizada nessa aula laboratorial.

Nos ensaios efetuados, foi utilizado um paralelepípedo de madeira cujas faces laterais, de igual área, se encontravam revestidas por materiais diferentes. Em cada conjunto de ensaios, o paralelepípedo, deslizando sobre a calha sempre apoiado numa mesma face, foi abandonado em diversas posições, percorrendo assim distâncias diferentes até passar pela célula fotoelétrica.

O cronómetro digital ligado à célula fotoelétrica permitiu medir o intervalo de tempo que a tira de cartolina fixada no paralelepípedo demorava a passar em frente dessa célula.

No tratamento e na interpretação dos resultados experimentais obtidos, considerou-se desprezável a resistência do ar.

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 2 (Interações e os seus efeitos)

1*. Para medir a largura,  ∆x, da tira de cartolina utilizou-se uma régua com uma escala cuja menor divisão é 1 mm.

Qual é a incerteza associada à escala dessa régua?

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

  • A incerteza associada à escala da régua é 0,5 mm

⇒ A menor divisão da escala da régua é 1 mm; a incerteza de leitura pode ser estimada por metade desta menor divisão.

Critérios

  • 0,5 mm ou equivalente  …………. 5 pontos

Nota: A apresentação do valor solicitado com dois algarismos significativos não implica qualquer desvalorização.

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 2 (Interações e os seus efeitos)

2*. Num dos ensaios realizados, o paralelepípedo, de massa, 90,48g, foi abandonado numa determinada posição sobre a calha, tendo percorrido 0,870 m até a tira de cartolina passar em frente da célula fotoelétrica.

Nesse deslocamento, a altura a que o paralelepípedo se encontrava em relação a um mesmo nível de referência diminuiu 0,420 m.

No ensaio realizado, a tira de cartolina, de largura ∆x = 1,50 cm, demorou, 1,08 x 10-2 s a passar em frente da célula fotoelétrica.

Calcule a intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo, naquele ensaio. Admita que essa resultante se manteve constante.

Apresente todas as etapas de resolução.

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

A resultante das forçaas de atrito, 𝐹a, pode ser determinada a partir da relação entre o trabalho das forças não conservativas, 𝑊FNC, e a variação de energia mecânica do sistema bloco + Terra, Δ𝐸m:

  • 𝑊FNC = Δ𝐸m

Tomando como inicial o instante em que o paralelepípedo é largado, a sua energia cinética é nula (𝐸c,i = 0), dado partir do repouso.

Assim, a energia mecânica do sistema neste instante, 𝐸m,i, é igual à sua energia potencial, 𝐸p,i:

  • 𝐸m,i = 𝐸p,i + 𝐸c,i = 𝑚𝑔ℎ𝑖 + 0 = 9,048 x 10−2 kg x 10 m s−2 x 0,420 m = 0,380 J

Tomou-se como referência, para a medição da altura do paralelepípedo, a posição do seu centro de massa imediatamente após a tira de cartolina ter atravessado a célula fotoelétrica.

No instante final, imediatamente após a tira de cartolina ter atravessado a célula fotoelétrica, a energia mecânica do sistema, 𝐸m, f, é igual à energia cinética do paralelepípedo, 𝐸c, f (a energia potencial do sistema é nula, 𝐸p, f = 0, dado ter-se tomado esta posição como referência na medição da altura):

  • 𝐸m, f = 𝐸p, f + 𝐸c, f = 0 + ½ 𝑚𝑣f2  = 8,728 x 10−2 J

em que se considerou a velocidade final do paralelepípedo aproximadamente igual à velocidade média no intervalo de tempo, Δ𝑡′ = 1,08 x 10−2 s, em que a tira de cartolina bloqueia a célula, deslocando-se o carrinho de uma distância

  • Δ𝑥 = 1,50 x 10−2 m

(neste intervalo de tempo a variação de velocidade pode ser desprezada, considerando-se, assim, uma velocidade praticamente constante e igual à velocidade final).

As forças não conservativas, 𝐹NC, que atuam no bloco são as de atrito de resultante 𝐹a, no sentido oposto ao movimento do bloco, e a força normal, N (esta, sendo perpendicular ao deslocamento, n o realiza trabalho):

  • 𝑊𝐹NC = 𝑊𝐹a + 𝑊N = 𝐹a𝑑 cos 180º + 0 = −𝐹a𝑑

em que 𝐹a é a intensidade da resultante das forças de atrito, considerada constante, e 𝑑 = 0,870 m o módulo do deslocamento do bloco entre as posições inicial e final.

⇒ Como 𝑊𝐹NC = Δ𝐸m pode concluir-se que:

ou

A resultante das forças de atrito, 𝐹a, pode ser determinada com base na Lei Fundamental da Dinâmica, aplicada na direção do movimento, e na determinação da aceleração do paralelepípedo, 𝑎⃗, a partir das equações do movimento com aceleração constante (assumindo que todas as forças que atuam sobre o corpo são constantes):

  • 𝐹R = 𝑚𝑎⃗ ⟹ 𝑃𝑥 − 𝐹a = 𝑚𝑎

em que 𝑃𝑥 é o módulo da componente do peso na direção do movimento, 𝐹a é o módulo da resultante das forças de atrito e 𝑎 é o módulo da aceleração.

Toma-se como inicial e final, respetivamente, o instante de largada do paralelepípedo, velocidade inicial nula, e o instante imediatamente após a tira de cartolina ter atravessado a célula fotoelétrica.

A velocidade final do paralelepípedo é aproximadamente igual à velocidade média no intervalo de tempo, Δ𝑡′ = 1,08 x 10−2 s, em que a tira de cartolina bloqueia a célula, deslocando-se o carrinho de uma distância:

  • 𝑑′ = 1,50 x 10−2 m
  • 𝑣f = 1,50 x 10−2 m / 1,08 x 10−2 s = 1,389 m s−1

Aplicando as equações do movimento ao intervalo de tempo considerado, em que o bloco se desloca de 0,870 m:

  •  𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0𝑡 + ½ 𝑎𝑡2 ⟹ 0,870 = 0 + 0 + ½ at2 ⟹ a = 1,109 ms-2
  • 𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡 ⟹ 1,389 = 0 + at

Da Lei Fundamental da Dinâmica determina-se a intensidade da resultante das forças de atrito:

  • 𝑃𝑥 − 𝐹a = 𝑚𝑎 ⟹ 𝐹a = 𝑃𝑥 − 𝑚𝑎 = 𝑚𝑔 sin θ − 𝑚𝑎 = 𝑚(𝑔 sinθ − 𝑎)

em que θ é o ângulo entre o plano inclinado e a horizontal.

Substituindo os valores das grandezas obtém-se:

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da variação da energia potencial gravítica do sistema paralelepípedo + Terra, no percurso considerado (ΔEp = -3,80 x 10-1 J) …….. 3 pontos

B) Cálculo do módulo da velocidade do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (v = 1,389 m s-1) …….. 3 pontos

C) Cálculo da energia cinética do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (Ec = 8,728 x 10-2 J) …….. 2 pontos

D) Cálculo da variação da energia mecânica do sistema paralelepípedo + Terra, no percurso considerado (ΔEm = -2,93 x 10-1 J) …….. 3 pontos

E) Cálculo da intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo, naquele ensaio (Fa = 3,4 x 10-1 N) (ver notas 1 e 2) …….. 4 pontos

ou

A) Cálculo do módulo da velocidade do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (v = 1,389 m s-1) …….. 3 pontos

B) Cálculo do módulo da aceleração do paralelepípedo no movimento considerado (a = 1,109 ms-2) …….. 3 pontos

C) Cálculo da intensidade da resultante das forças que atuaram no paralelepípedo, no percurso considerado (F = 0,1003 N) …….. 2 pontos

D) Cálculo da intensidade da componente tangencial da força gravítica que atuou no paralelepípedo, no percurso considerado (Fgt = 0,437 N) …….. 3 pontos

E) Cálculo da intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo, naquele ensaio (Fa = 3,4 x 10-1 N ) (ver nota 1) …….. 4 pontos

ou

A) Cálculo do módulo da velocidade do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (v = 1,389 m s-1) …….. 3 pontos

B) Cálculo da energia cinética do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (Ec = 8,728 x 10-2 J) …….. 2 pontos

C) Cálculo da intensidade da resultante das forças que atuaram no paralelepípedo, no percurso considerado (F = 0,1003 N) (ver nota 3) …….. 3 pontos

D) Cálculo da intensidade da componente tangencial da força gravítica que atuou no paralelepípedo, no percurso considerado (Fgt = 0,437 N) …….. 3 pontos

E) Cálculo da intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo, naquele ensaio (Fa = 3,4 x 10-1 N) (ver nota 1) …….. 4 pontos

ou

A) Cálculo do módulo da velocidade do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (v = 1,389 m s-1) …….. 3 pontos

B) Cálculo da energia cinética do paralelepípedo na posição em que a tira de cartolina passou em frente da célula fotoelétrica (Ec = 8,728 x 10-2 J) …….. 2 pontos

C) Cálculo da soma dos trabalhos realizados pelas forças que atuaram no paralelepípedo, no percurso considerado (W = 8,728 x 10-2 J) …….. 3 pontos

D) Cálculo do trabalho realizado pela força gravítica que atuou no paralelepípedo, no percurso considerado (WFg = 3,80 x 10-1 J) …….. 3 pontos

E) Cálculo da intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo, naquele ensaio (Fa = 3,4 x 10-1 N) (ver notas 1 e 2) …….. 4 pontos

Notas:

1. A apresentação do valor solicitado com um número incorreto de algarismos significativos não implica qualquer desvalorização.

2. Nesta etapa, é obrigatória a consideração (implícita ou explícita) do ângulo a = 180º. Se esse ângulo não for  considerado, a etapa é pontuada com zero pontos.

3. Nesta etapa, é obrigatória a consideração (implícita ou explícita) do ângulo a = 0º. Se esse ângulo não for considerado, a etapa é pontuada com zero pontos.

  • 11ºanoFísica  – Domínio 1 – subdomínio 2 (Interações e os seus efeitos)

3*. Em qual dos esquemas seguintes está representado um diagrama das forças que atuam no paralelepípedo quando este, depois de abandonado, desliza sobre a calha?

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

  • Opção (B)

⇒ Sobre o bloco atuam 3 forças: o peso P (vertical e de sentido para baixo), a força normal N (perpendicular ao plano inclinado) e as forças de atrito (paralelas à direção do movimento e de sentido oposto a este) de resultante Fa.

⇒ Como o carrinho desce acelerando (parte do repouso e entra em movimento, aumentando a sua velocidade, e neste caso, aumentando sempre, dado a aceleração ser constante) a resultante das forças tem a direção e o sentido do movimento, portanto, a componente do peso na direção do movimento, Px, é maior do que a resultante das forças de atrito, Fa: Px > Fa .

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoFísica – subdomínio 1 (Energia e movimentos)

4*. Num dos conjuntos de ensaios realizados, o paralelepípedo deslizou sobre a calha apoiado numa face revestida por um material X e, noutro conjunto de ensaios, deslizou sobre a calha apoiado numa face revestida por um material Y.

Os resultados obtidos permitiram representar graficamente, num mesmo sistema de eixos, a energia dissipada, Ed, em função da distância percorrida, d, para cada um dos conjuntos de ensaios realizados.

A partir dos gráficos obtidos foi possível concluir que a intensidade da resultante das forças de atrito que atuaram no paralelepípedo foi maior quando este deslizou apoiado na face revestida pelo material X.

Qual das opções seguintes poderá representar os esboços dos gráficos obtidos?

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

  • Opção (A)

⇒ O declive do gráfico da energia dissipada, Edissipada (módulo da variação da energia mecânica), em função da distância percorrida, d, é a intensidade da resultante das forças de atrito, Fa (maior força de atrito implica maior energia dissipada num determinado deslocamento):

  • Edissipada = – ΔEm = – WFa = – Fa  d cos 180 = Fa x d, em suma,  Edissipada = Fa x d

⇒ Como a resultante das forças de atrito é maior para o paralelepípedo com face revestida pelo material X, a linha do gráfico correspondente a X tem maior declive do que a de Y.

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

GRUPO IV

1. Uma lata contendo uma amostra de um refrigerante sem gás foi exposta à luz solar.

Na Figura 5, está representado o gráfico da temperatura, ɵ, da amostra em função do tempo, t, de exposição da lata à luz solar, no intervalo de tempo em que os dados foram registados.

  • 10ºanoFísica – subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)

1.1. Considere que a capacidade térmica mássica do refrigerante é 4,2 x 103 J kg-1 ºC-1 e que a massa da amostra é 0,34 kg.

Qual foi a variação da energia interna da amostra, no intervalo de tempo [0;76] min?

Resolução

  • A variação de energia interna no intervalo [0; 76] min foi 23 kJ .

⇒ A variação de energia interna do refrigerante é igual à energia transferida, por calor, para o refrigerante (desprezam-se variações de volume e, portanto, transferências de energia por trabalho):

  • ΔU = Q + W = Q + 0 = mcΔT

em que m é a massa do refrigerante, c a sua capacidade térmica mássica e ΔT a variação de temperatura ocorrida; substituindo os valores daquelas grandezas obtém-se:

  • ΔU = 0,34 kg x 4,2 x 103 J Kg-1 ºC-1 x (27 – 11) ºC = 2,3 x 104 J = 23 kJ

Critérios

  • 2,3 x 104 J ou equivalente  …………. 5 pontos

Nota – A apresentação do valor solicitado com um arredondamento incorreto ou com um número incorreto de algarismos significativos não implica qualquer desvalorização.

  • 10ºanoFísica – subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)

1.2. Admita que a potência da radiação incidente na superfície da lata se manteve constante no intervalo de tempo em que os dados foram registados.

No intervalo de tempo [0 ; 76] min, terá ocorrido uma diminuição

(A) da taxa temporal de absorção de energia pela superfície da lata.

(B) da taxa temporal de emissão de energia pela superfície da lata.

(C) da diferença entre as taxas temporais de absorção e de emissão de energia pela superfície da lata.

(D) da soma das taxas temporais de absorção e de emissão de energia pela superfície da lata.

Resolução

  • Opção (C)

⇒ A taxa temporal de transferência de energia, por radiação, é a potência da radiação, Não se alterando a potência da radiação incidente, nem as características da superfície da lata, e respetiva orientação, pode admitir-se que a taxa temporal de absorção de energia se mantém praticamente constante.

⇒ No intervalo de tempo considerado, a temperatura da superfície da lata vai aumentando, logo também aumenta a potência da radiação que ela emite (taxa temporal de emissão de energia).

⇒ Pode, portanto, concluir-se que a diferença entre a taxa temporal de absorção de energia e a de emissão vai diminuindo: o aumento da energia interna por unidade de tempo vai, naquele intervalo, diminuindo ao longo do tempo, consoante o sistema se vai aproximando do estado em que a temperatura permanece constante, para o qual a diferença entre as taxas de absorção e de emissão é nula (o aumento de temperatura é cada vez mais “lento”, o que significa que a perda de energia por emissão se vai aproximando do ganho de energia por absorção, até que, quando se igualam, deixa de existir variação de energia interna da lata).

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoFísica – subdomínio 3 (Energia, fenómenos térmicos e radiação)

2. Considere a amostra do refrigerante, de massa 0,34 kg e à temperatura de 27 ºC, e uma outra amostra do mesmo refrigerante, de massa 0,20 kg e à temperatura de 5 ºC.

Admita que estas amostras foram misturadas num recipiente termicamente isolado e que a transferência de energia entre a mistura e o recipiente foi desprezável.

Qual das expressões seguintes permite calcular a temperatura, ɵe, à qual a mistura atingiu o equilíbrio térmico?

(A) ( 0,34 + 0,20 ) x ( ɵe – 27 ) = ( 0,34 + 0,20 ) x ( ɵe – 5 )

(B) 0,34 x ( ɵe – 27 ) = 0,20 x ( ɵe – 5 )

(C) ( 0,34 + 0,20 ) x ( ɵe – 27 ) = – ( 0,34 + 0,20 ) x ( ɵe – 5 )

(D) 0,34 x ( ɵe – 27 ) = – 0,20 x ( ɵe – 5 )

Resolução

  • Opção (D)

⇒ O sistema refrigerante quente (1) + refrigerante frio (2) é isolado, o que significa que as variações de energia interna das duas amostras, (1) e (2), são simétricas:

  • Δ𝑈sistema = Δ𝑈1 + Δ𝑈2 ⟹ 0 = Δ𝑈1 + Δ𝑈2 ⟹ Δ𝑈1 = −Δ𝑈2 ⟹ 𝑚1𝑐Δ𝑇1 = −𝑚2𝑐Δ𝑇2 ⟹ 𝑚1Δ𝑇1 = −𝑚2Δ𝑇2 

⇒ Substituindo pelos dados do problema obtém-se :

  • 0,34 kg x (θe – 27) = -0,20 x (θe – 5 )

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 5 pontos

3*. As latas de refrigerantes podem ser feitas de aço ou de uma liga de alumínio.

Na tabela seguinte, estão registados os valores de duas propriedades físicas do alumínio e de um determinado aço.

Uma chapa de alumínio e uma chapa do aço considerado, de igual área, foram submetidas a uma mesma diferença de temperatura entre as respetivas faces.

Para que a potência transferida através das chapas seja a mesma, a espessura da chapa de alumínio deverá ser cerca de

(A) 1,8 vezes menor do que a espessura da chapa de aço.

(B) 1,8 vezes maior do que a espessura da chapa de aço.

(C) 4,6 vezes maior do que a espessura da chapa de aço.

(D) 4,6 vezes menor do que a espessura da chapa de aço.

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

  • Opção (C)

⇒ Pretende-se que a potência transferida (energia transferida, por calor, por unidade de tempo) através das chapas, de igual área , e sujeitas à mesma diferença de temperatura entre as suas faces, seja a mesma:

 

⇒ Como o alumínio tem uma condutividade térmica 4,6 vezes maior do que a do aço considerado, para que a transferência de energia ocorra com a mesma rapidez, nas condições indicadas, é necessário que a chapa do alumínio, melhor condutor, seja tantas vezes mais espessa do que a chapa de aço quanto o quociente entre as condutividades térmicas desses dois materiais.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

GRUPO V

As águas gaseificadas para consumo contêm dióxido de carbono, CO2, dissolvido.

A Figura 6 mostra a evolução ao longo do tempo, t, do pH, a 25 °C, de uma amostra de uma água gaseificada que foi posta em contacto com o ar.

Os dados foram registados durante um determinado intervalo de tempo, que teve início num instante muito próximo daquele em que a amostra, inicialmente fechada, foi posta em contacto com o ar.

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Reações ácido-base)

1. Na amostra da água gaseificada, a 25 °C, a concentração inicial de iões H3O+ (aq ) é ____ a 1,00 x 10-7 mol dm-3 e é ___ à concentração de iões OH (aq).

(A) inferior … igual

(B) superior … superior

(C) inferior … superior

(D) superior … igual

Resolução

  • Opção (B)

⇒ Numa solução aquosa a 25 ºC,  é:

  • pKw = pH + pOH = 14,00

⇒ De acordo com a Figura 6, no instante inicial (t = 0,0 s), pH = 5,10 e, portanto:

  • pOH = 14,00 – 5,10 = 8,90
  • pH = – log [H3O+] ⇒  [H3O+] = 10-5,10 mol dm-3 = 7,94 x 10-6 mol dm-3
  • pOH = – log [OH]  ⇒  [OH-] = 10-8,90 mol dm-3 = 1,26 x 10-9 mol dm-3

⇒ verifica-se, assim, que a concentração de H3O+ (aq) (7,94 x 10-6 mol dm-3) é superior a 1,00 x 10-7 mol dm-3 assim como também é superior à concentração de iões OH (aq) (1,26 x 10-9 mol dm-3)

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 5 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Reações ácido-base)

2. Qual foi a variação da concentração de iões H3O+ (aq ) na amostra da água gaseificada nos primeiros 5,0 min do intervalo de tempo em que os dados foram registados?

Apresente o resultado com dois algarismos significativos.

Resolução

pH(t = 0 min) = 5,10 ⇒ [H3O+] = 10-5,10 mol dm-3

pH(t = 5 min) = 5,40 ⇒ [H3O+] = 10-5,40 mol dm-3

  • Δ[H3O+] = [H3O+]final – [H3O+]inicial = 10-5,40 mol dm-3 – 10-5,10 mol dm-3 = 3,98 x 10-6  – 7,94 x 10-6 = – 3,96 x 10-6 mol dm-3

⇒ Com dois algarismos significativos, Δ[H3O+] = – 4,0 x 10-6 mol dm-3

Critérios

  • -4,0 x 10-6 mol dm-3 ou equivalente  …………. 5 pontos

Notas: – A apresentação do resultado «-3,9 x 10-6 mol dm-3» não implica qualquer desvalorização.

– A ausência de unidade no valor apresentado implica uma desvalorização de 2 pontos.

3. O dióxido de carbono reage com a água, dando origem ao ácido carbónico, H2CO3 (aq).

CO2 (aq) + H2O (l) ⇋ H2CO3 (aq) (1)

Esta reação pode ser traduzida por

H2CO3 (aq) + 2 H2O (l) ⇋ CO32- (aq) + 2 H3O+ (aq)   (2)

O ácido carbónico, H2CO3 (aq), é um ácido diprótico fraco cuja reação de ionização global em água pode ser traduzida por

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Reações ácido-base)

3.1. Quais das seguintes espécies constituem um par ácido-base conjugado?

(A) H2O (l) e CO32- (aq)

(B) H2CO3 (aq ) e H3O+ (aq)

(C) H3O+ (aq) e H2O (l)

(D) H2CO3 (aq) e CO32- (aq)

Resolução

  • Opção (C)

⇒ Um par ácido-base conjugado é um conjunto de duas partículas que diferem entre si em um ião H+.

⇒ A opção (C) é a única que apresenta duas partículas em que a segunda resulta da primeira por perda de um ião H+, sendo por isso a base conjugada desse ácido.

Critérios

  • Opção (C)  ……………. 5 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Reações ácido-base)

3.2. Durante o intervalo de tempo em que os dados foram registados, libertou-se CO2 (g).

Justifique, com base no Princípio de Le Châtelier, o aumento do pH da amostra da água gaseificada nesse intervalo de tempo.

Tenha em consideração as reações (1) e (2) acima representadas.

Resolução

⇒ O aumento de pH no decurso do tempo significa que a concentração de iões H3O+ (aq) diminui no intervalo de tempo considerado, o que implica que a reação (2) esteja a evoluir no sentido inverso: de acordo com o Princípio de Le Châtelier, isso resulta de uma diminuição da concentração do ácido carbónico, H2CO3 (aq) , que o sistema contraria evoluindo no sentido em que este ácido se forma.

⇒ Da diminuição da concentração do ácido carbónico, H2CO3 (aq), deduz-se que a reação (1) está também a evoluir no sentido inverso: uma diminuição do dióxido de carbono dissolvido, CO2 (aq) , na água gaseificada, resultado da libertação de CO2 (g) para a atmosfera, faz evoluir o sistema (1) no sentido de contrariar essa diminuição.

ou

⇒ A libertação de CO2 (g) para a atmosfera origina a diminuição do dióxido de carbono dissolvido, CO2 (aq), na água gaseificada, ou seja, de um reagente da reação (1). Então, de acordo com o Princípio de Le Châtelier, é favorecida a evolução da reação (1) no sentido inverso, com a consequente diminuição da concentração do ácido carbónico, H2CO3 (aq).
⇒ Da mesma forma que para a reação (1), a diminuição da concentração do ácido carbónico, H2CO3 (aq), também favorece a evolução da reação (2) no sentido inverso, com a consequente diminuição da concentração dos iões H3O+ (aq) .

⇒ À diminuição da concentração de  H3O+ (aq) , corresponde um aumento do pH.

Critérios

  • A resposta integra os tópicos de referência seguintes ou outros de conteúdo equivalente:

A) [Durante o intervalo de tempo em que os dados foram registados] a concentração de CO2 [na amostra da água gaseificada] diminuiu, o que determinou [, de acordo com o Princípio de Le Châtelier,] o favorecimento da reação (1) no sentido inverso.

B) A diminuição da concentração de H2CO3 (aq ) [resultante do favorecimento da reação (1) no sentido inverso] determinou [, também de acordo com o Princípio de Le Châtelier,] o favorecimento da reação (2) no sentido inverso.

C) [Assim,] a concentração de H3O+ (aq) [na amostra da água gaseificada] diminuiu [, o que implicou um aumento do pH da amostra durante o intervalo de tempo em que os dados foram registados].

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 3 (Soluções e equilíbrio de solubilidade)

4. A concentração de iões Ca2+ (aq ) na amostra da água gaseificada é 2,54 x 10-3 mol dm-3, e o produto de solubilidade do carbonato de cálcio, CaCO3, é 4,5 x 10-9, a 25 °C.

Qual é a concentração mínima de iões carbonato, CO32- (aq), na amostra da água gaseificada, a 25 °C, a partir da qual poderá ocorrer a precipitação de CaCO3?

(A) 1,8 x 10-6 mol dm-3

(B) 6,7 x 10-5 mol dm-3

(C) 1,3 x 10-3 mol dm-3

(D) 2,5 x 10-3 mol dm-3

Resolução

  • Opção (A)

⇒ A precipitação do carbonato de cálcio ocorre quando, a uma determinada temperatura, o quociente da reação:

CaCO3 (s)  ⇋ Ca2+ (aq) + CO32- (aq)

Q, for maior do que o produto de solubilidade dessa reação, Ks.

  • Q > Ks ⇒ |Ca2+ || CO32- | > Ks ⇒ 2,54 x 10-3 x | CO32- | > 4,5 x 10-9 ⇒ | CO32- | > 1,8 x 10-9 mol dm-3

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

GRUPO VI

O dióxido de carbono, CO2, reage com o hidrogénio, H2, formando-se monóxido de carbono, CO, e vapor de água. A reação em fase gasosa pode ser traduzida pela equação química

CO2 (g) + H2 (g) ⇋ CO (g) + H2O (g)

  • 11ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 2 (Reações de oxidação redução)

1. Nesta reação, a variação do número de oxidação do hidrogénio (H) é

(A) -1

(B) +1

(C) +2

(D) -2

Resolução

  • Opção (B)

⇒ No hidrogénio, H2, substância elementar, o número de  oxidação do hidrogénio é 0: n.o.(H) = 0.

⇒ Na água, H2O, substância composta, o número de oxidação do hidrogénio é +1: n.o.(H) = +1.

  • A variação do número de oxidação do hidrogénio é Δ[n.o.(H) = +1 – 0 = +1.

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 5 pontos

2. Num reator com a capacidade de 10,00 L, foi introduzida, à temperatura de 700 °C, uma mistura gasosa inicialmente constituída por 0,300 mol de CO (g) e por 0,300 mol de H2O (g).

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 2 (Gases e dispersões)
  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 1 (Aspetos quantitativos das reações químicas)

2.1. Qual é a quantidade total de átomos existente na mistura gasosa?

(A) 1,50 mol

(B) 1,20 mol

(C) 0,900 mol

(D) 0,600 mol

Resolução

  • Opção (A)

⇒ A quantidade de átomos em 0,300 mol de CO é 2 x 0,300 mol, uma vez que cada molécula de CO tem 2 átomos.

⇒ A quantidade de átomos em 0,300 mol de H2O é 3 x 0,300 mol, uma vez que cada molécula de H2O tem 3 átomos.

  • Assim, a quantidade total de átomos na mistura é (2 x 0,300 mol + 3 x 0,300 mol) = 1,50 mol.

Critérios

  • Opção (A)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 2 (Gases e dispersões)
  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 1 (Aspetos quantitativos das reações químicas)

2.2. Calcule a densidade da mistura gasosa no reator.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

A densidade é a massa por unidade de volume:

As massas molares de CO e de H2O são:

  • 𝑀CO = (12,01 + 16,00) g mol−1 = 28,01 g mol−1
  • 𝑀(H2O) = (2 x 1,01 + 16,00) g mol−1 = 18,02 g mol−1

Considerando as quantidades destas substâncias obtém-se:

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da massa de CO na mistura gasosa inicial (m = 8,403 g)

ou

  • Cálculo da massa de H2O na mistura gasosa inicial (m = 5,406 g) …….. 2 pontos

B) Cálculo da massa da mistura gasosa (m = 13,809 g) …….. 4 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa no reator (ρ = 1,38 g dm-3) …….. 4 pontos

ou

A) Cálculo do volume molar de um gás, nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (Vm = 16,67 dm3 mol-1) …….. 4 pontos

B) Cálculo da densidade do monóxido de carbono, CO (g), nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (ρ = 1,680 g dm-3)

ou

  • Cálculo da densidade do vapor de água, H2O (g), nas condições de pressão e de temperatura que se verificam no interior do reator (ρ = 1,081 g dm-3) …….. 2 pontos

C) Cálculo da densidade da mistura gasosa no reator (ρ = 1,38 g dm-3) …….. 4 pontos

  • 11ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 2 (Equilíbrio químico)

2.3. Quando o sistema químico atingiu um estado de equilíbrio à temperatura de 700 °C, existia no reator uma quantidade de CO (g) igual a 42,3% da quantidade inicial deste gás.

Determine a constante de equilíbrio, Kc, a 700 °C, da reação traduzida pela equação química acima apresentada, a partir das concentrações de equilíbrio de cada uma das espécies envolvidas na reação.

Apresente todas as etapas de resolução.

Resolução

O quadro seguinte apresenta a relação entre as quantidades, no início e no equilíbrio, das substâncias envolvidas na reação dada (1 mol de CO é estequiometricamente equivalente a 1 mol de H2O, a 1 mol de CO2 e a 1 mol de H2):

Conhecendo as quantidades de CO, inicial e presente no equilíbrio, determina-se a quantidade de CO que reagiu, 𝑥:

  • 0,300 mol − 𝑥 = 0,423 x 0,300 mol ⟹ 𝑥 = 0,1731 mol

As concentrações dos produtos são:

As concentrações dos reagentes são:

Com base nos valores numéricos destas concentrações no estado de equilíbrio, expressas em mol dm−3, determina-se a constante de equilíbrio, 𝐾c, à temperatura considerada (700 ℃):

Critérios

  • Etapas de resolução:

A) Cálculo da quantidade de CO (g) que existia no reator no estado de equilíbrio (n = 0,1269 mol) …….. 3 pontos

B) Cálculo da quantidade de CO(g) (ou da quantidade de H2O (g)) que reagiu (n = 0,1731 mol) …….. 3 pontos

C) Cálculo das concentrações de equilíbrio de CO (g) e de H2O (g) (c = 0,01269 mol dm-3) …….. 1 ponto

D) Determinação das concentrações de equilíbrio de CO2 (g) e de H2 (g) (c = 0,01731 mol dm-3) …….. 4 pontos

E) Cálculo da constante de equilíbrio da reação considerada, à temperatura de 700 °C (Kc = 0,537) …….. 4 pontos

GRUPO VII

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Ligação química)

1. Em qual das opções seguintes está representada na notação de Lewis a molécula de dióxido de carbono?

Resolução

  • Opção (D)

⇒ Na molécula de dióxido de carbono existem 4 pares de eletrões ligantes (2 pares por cada ligação entre o carbono e cada um dos átomos de oxigénio) e 4 pares de eletrões não ligantes nos átomos de oxigénio (2 pares em cada um dos átomos de oxigénio).

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 2 – subdomínio 1 (Ligação química)

2. Qual é o ângulo de ligação, em graus, na molécula de CO2?

Resolução

  • O ângulo de ligação na molécula de CO2 é 180º .

⇒ Na molécula de dióxido de carbono, CO2, não existem eletrões não ligantes no átomo central, o de carbono, que está ligado a dois átomos, os de oxigénio.

⇒ Com base no modelo de repulsão de pares de eletrões de valência, podemos deduzir que a energia da molécula é minimizada quando existir um afastamento máximo dos eletrões ligantes, da ligação do carbono com cada um dos dois átomos de oxigénio, ou seja, quando a amplitude do ângulo da ligação O-C-O for de 180º.

Critérios

  • 180º …………. 5 pontos

Nota – A omissão do símbolo da unidade não implica qualquer desvalorização.

3*. Uma das orbitais de valência do átomo de carbono no estado fundamental pode ser caracterizada pelo conjunto de números quânticos

(A) (2, 2, 1)

(B) (2, 1, 0)

(C) (1, 0, 0)

(D) (1, 1, 0)

*O conteúdo deste item  já não faz parte dos atuais referenciais programáticos da disciplina. 

Resolução

  • Opção (B)

⇒ O átomo de carbono, C, tem número atómico 6, portanto, o átomo tem 6 eletrões e a sua configuração eletrónica no estado fundamental é 1s2 2s2 2p2. As orbitais de valência são as de maior número quântico principal n, neste caso, as de n = 2, ou seja, a orbital 2s e as orbitais 2p.

⇒ Um conjunto possível de números quânticos para uma das orbitais 2p é (n, l, ml) = (2,1,0) , dado que para as orbitais 2p o número quântico de momento angular é 1: l =1 .

⇒ As opções (A) e (D) são impossíveis uma vez que o número quântico de momento angular, l, é sempre menor do que o número quântico principal, n. A opção (C) corresponde à orbital que não é de valência.

Critérios

  • Opção (B)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 3 (Tabela periódica)

4. A energia de ionização do oxigénio é 1,31 x 103 kJ mol-1.

A energia mínima necessária para remover um eletrão de um átomo de oxigénio no estado fundamental, isolado e em fase gasosa é

(A) 2,18 x 10-24 J, sendo o eletrão removido de uma qualquer orbital de valência.

(B) 2,18 x 10-24 J, sendo o eletrão removido de uma orbital 2p.

(C) 2,18 x 10-18 J, sendo o eletrão removido de uma qualquer orbital de valência.

(D) 2,18 x 10-18 J, sendo o eletrão removido de uma orbital 2p.

Resolução

  • Opção (D)

⇒ A energia de ionização de um elemento químico é a energia mínima para remover um eletrão de um átomo desse elemento, no estado fundamental, em fase gasosa, e isolado.

⇒ Os eletrões que necessitam de menos energia para serem removidos são os eletrões das orbitais de valência mais energéticas.

⇒ A configuração eletrónica do oxigénio, O, no estado fundamental, tendo 8 eletrões, é 1s2 2s2 2p4, logo o eletrão removido é retirado de uma das orbitais 2p, as de maior energia.

⇒ Para um átomo a energia necessária é

  • 1,31 x 103 / 6,02 x 1023 =1,31 x 103 x 103 / 6,02 x 1023 = 2,18 x 10-18 J

Critérios

  • Opção (D)  ……………. 5 pontos

  • 10ºanoQuímica – Domínio 1 – subdomínio 3 (Tabela periódica)

5. Explique porque é que o raio atómico do oxigénio é menor do que o raio atómico do carbono.

Tenha em consideração as configurações eletrónicas destes átomos no estado fundamental.

Resolução

⇒ O átomo de carbono, C, tem 6 eletrões, portanto, a sua configuração eletrónica, no estado fundamental, é 1s2 2s2 2p2 e a do oxigénio, O, com 8 eletrões, é 1s2 2s2 2p4 .

⇒ No estado fundamental, os eletrões destes átomos distribuem-se por dois níveis de energia (em ambos os casos, os eletrões de valência encontram-se em orbitais de número quântico principal, n, igual a 2).

⇒ No átomo de oxigénio existem 8 protões no núcleo, enquanto no de carbono apenas 6 protões: a maior carga nuclear no oxigénio torna também maior a atração sobre a nuvem eletrónica, o que faz com que o raio deste átomo seja menor do que o do carbono.

Critérios

  • A resposta integra os tópicos de referência seguintes ou outros de conteúdo equivalente:

A) Os eletrões de valência dos átomos de carbono e de oxigénio [no estado fundamental] encontram-se no mesmo nível de energia.

B) Sendo a carga nuclear do átomo de oxigénio superior à do átomo de carbono, a força [atrativa] exercida pelo núcleo do átomo de oxigénio sobre os seus eletrões [de valência] é maior [do que a força exercida pelo núcleo do átomo de carbono sobre os seus eletrões de valência, pelo que o raio atómico do oxigénio é menor do que o raio atómico do carbono].

Nota – A apresentação das configurações eletrónicas dos átomos de carbono e de oxigénio no estado fundamental não é, por si só, equivalente ao tópico de referência A. Assim, uma resposta que apresente exclusivamente aquelas configurações eletrónicas deve ser classificada com zero pontos. No caso em que a resposta integre o tópico de referência B, a apresentação, no tópico de referência A, apenas daquelas configurações eletrónicas constituirá um fator de desvalorização da resposta, de acordo com os Critérios Gerais de Classificação

FIM

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